Viajando para a China
Por: Marcelo Raupp, especialista em negócios internacionais, diretor da UNQ Import Export.
As viagens de negócios internacionais sempre proporcionam intensas sensações. São planejamentos detalhados, atendimentos burocráticos, investimentos importantes, expectativas de bons negócios e a preparação para possíveis desencontros, afinal de contas, uma cultura diferente sempre proporciona algo inesperado e essa consciência é bastante importante. Para a China, as particularidades são ainda maiores e as minúcias são fundamentais para aproveitar o máximo do investimento feito. Shanghai será o meu destino da próxima semana mais uma vez e as sensações não são diferentes das outras experiências.
A Preparação
A compra da passagem e a reserva do hotel antecedem a solicitação do visto, já que são documentos exigidos para isso. Ambas, no entanto, não são garantias de que ele será concedido, o que causa um certo desconforto pelo investimento feito. Por isso, é fundamental apresentar o máximo de documentos que comprovem o objetivo dentro do país. O passaporte, além disso, deve ser válido por no mínimo seis meses a contar da data de entrada, caso contrário o visto será negado. Para a viagem, é preciso estar descansado e com a saúde em dia. Afinal, são 48 horas da saída de casa até a chegada no hotel de destino. Na chegada, o corpo dirá que é noite e o sol mostrará o dia, já que o fuso horário é de 11 horas. Então, prepare-se, pois os próximos dias serão intensos.
A Comunicação
Logo que sair do aeroporto para pegar um taxi em direção ao hotel, perceberá que os chineses, em geral, não falam inglês. O taxista não entenderá o nosso alfabeto e, por isso, não adianta escrever o endereço e o nome do hotel em letras bonitas. O ideal é sair do Brasil com o endereço escrito em chinês e tentar nas poucas palavras em mandarim, ou mesmo nas mímicas, o acesso ao endereço pretendido. Claro que as áreas comerciais das empresas são mais preparadas para o idioma, mas não espere que isso aconteça no dia a dia lá.
A Alimentação
A alimentação é também outro ponto importante, já que as surpresas podem acontecer. Nem tanto pelas iguarias preparadas, mas pelos molhos fortes, no gosto e no cheiro, que podem causar desconfortos estomacais. O cardápio, claro, é diferente. E começa com a própria apresentação, já que a comida fresca tem muito valor e o menu é apresentado vivo. Os peixes, camarões, lagostas e afins estão todos em aquários e locais apropriados para serem escolhidos. Na minha primeira experiência, em 2010, vi cobras nas gaiolas (as venenosas estavam cobertas por uma lona) e resolvi experimentá-las fritas. A carne estava bem saborosa, mas o couro servido com salada nem tanto. Sem dúvidas, o momento mais tenso aconteceu quando comia uma carne branca sem saber o que era e fui informado que era carne de sapo, quando fiz menção de repetir. Estava uma delícia até saber do que se tratava. Uma bola se formou no estômago e ficou pelos dois dias seguintes. Era a cultura jogando contra as emoções.
O Lazer
Durante a estada, além dos negócios, é importante tirar um ou dois dias para conhecer o país. Afinal, existem locais muito interessantes para visitar e compras para fazer. Não espere encontrar preços baixos em todas as lojas, já que a tributação local é tão intensa quanto no Brasil. É preciso pegar dicas de onde fazer boas compras pessoais. A pechincha certamente é algo que poderá ser praticado, pois o Chinês tem esta cultura. Ainda na minha primeira vez, ciente disso, encontrei uma mala por CNY600 (R$180 na época) e, no meu potencial máximo de negociação, ofereci CNY500, o que para mim era um bom desconto. O vendedor aceitou na hora, deixando a percepção de que poderia ter conseguido muito mais.
Resultados de uma oportunidade bem aproveitada
A China tem estado cada vez mais ocidental com o entendimento da cultura por aqui. Por isso, as oportunidades de negócios são cada vez maiores. Estar bem preparado e conhecer certos detalhes, no entanto, pode ser o diferencial para um negócio de bons resultados.
Por ora era isso! Na Zdrowie!
Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br
Texto publicado originalmente no jornal A Tribuna, Criciúma, 28/09/2016.
Olá, estou planejando visitar a China para fazer alguns negócios em Yiwu e visitar a muralha.
Olá!
Se precisar de uma assessoria na viagem, conte conosco!