Especialistas analisam futuro do Comércio Exterior para 2016
Especialistas analisam futuro do Comércio Exterior para 2016
Ministro e diretores de tradings apontam as vantagens em exportar com a alta do dólar
Mesmo com a variação cambial e as perdas de 50% em um ano da moeda brasileira, que passa US$ 1,00 a R$ 4,00, além da recessão econômica, os especialistas afirmam que há perspectivas positivas no mercado de Comércio Exterior. Após a Cúpula do Mercosul, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, prevê bons horizontes para o próximo ano em relação ao Brasil.
De acordo com Monteiro, apesar do mau humor do mercado com o novo Ministro da Fazenda, há projeções positivas. “Todas as expectativas indicam que a inflação irá cair, ela deve terminar em 11% e vai cair para 6% ou 6,5% , mas vai ceder. Quando cair, poderemos baixar as taxa de juros e isso trará um efeito positivo na economia. O pior momento de commodities passou. Antevejo uma possibilidade de recuperação de commodities agrícolas, vamos ter uma recuperação na economia já no segundo semestre do próximo ano”, afirmou.
O setor externo é beneficiado pela alta do dólar, afirmou também durante a Cúpula o Ministro. “Tivemos um déficit de US$ 4 bilhões de dólares no ano passado e vamos ter este ano um superávit de US$ 17 bilhões. Então já estamos vendo um aumento de volume exportado”, resume.
Exportação em alta
O dólar em alta vai beneficiar inclusive para companhias de pequeno porte, segundo especialistas do mercado. “O ano de 2016 vai se revelar em uma excelente oportunidade inclusive para as micros e pequenas empresas. A participação na exportação só cresce e já representam mais de R$ 2 bilhões em negócios. Por tudo isso consideramos como um período promissor para quem deseja vender em diferentes mercados do exterior”, pondera Marcelo Raupp, diretor da UNQ Import Export.
Importações estáveis
Por outro lado, o Brasil depende muito em diferentes setores da importação. Por isso, na análise do diretor da UNQ Import Export, Renato Barata Gomes, o ano de 2016 também será de negócios gerados neste âmbito. “Mesmo com a alta do dólar e o aumento cambial, esses fatores não inviabilizam as importações. Hoje atuamos com muitas ferramentas para reduzir custos e minimizar o impacto cambial”, conclui Gomes.
O autor
Marcelo Raupp
Negócios na ÁsiaSócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.