Viajando para a China – Parte III
Por: Marcelo Raupp, diretor da UNQ Import Export.
Depois de vinte dias na China, é muito bom voltar ao Brasil. Sempre digo que viajar é bom, mas voltar é ainda melhor. Os menores prazeres se intensificam tanto que um café da manhã com pão d’água ou um feijão com arroz no almoço acabam sendo as melhores coisas do mundo. E, cada vez que volto, a sensação de como a China ainda pode proporcionar bons resultados para a economia da nossa região me faz querer disseminar ainda mais as oportunidades deste país tão incrível.
Tecnologia, Infraestrutura e Qualidade
Como já abordado aqui na coluna, ainda existe um preconceito grande sobre a China. Questiona-se sobre a capacidade de suprir produtos com qualidade, principalmente. Pessoalmente, é possível verificar a condição verdadeira. A China é um país com intensa capacidade de desenvolvimento. Não apenas pelos números do PIB, mas também nos aspectos tácitos. Há um intenso investimento em tecnologia, o que tem como principal reflexo a qualidade e a produtividade. Ou seja, produtos diferenciados com custos reduzidos. A infraestrutura disponível, além de possibilitar o fluxo de tantas pessoas e carros, também proporciona uma redução de custos logísticos nas entregas aos clientes, o que justifica os bons preços apresentados no final da cadeia. Nas ruas, é possível ver um elevado sendo finalizado, enquanto se atravessa um túnel e verifica-se uma nova ponte sendo construída do outro lado. Um planejamento logístico que resulta em competitividade para as empresas locais.
A Relação com os Indianos
Alguns economistas dizem que, em menos de dez anos, 51% do PIB mundial estará dividido entre China e Índia. Ou seja, existe uma grande expectativa ainda de desenvolvimento e ocidentalização dos indianos e, por isso, há uma clara rivalidade entre os dois países. Nesta viagem, também encontrei algumas empresas da Índia que foram ao meu encontro na China com a expectativa de aproximar a relação. Certamente, ainda ouviremos bastante sobre os produtos deste país em um futuro próximo.
Resultados de uma oportunidade bem aproveitada
Claro que é possível encontrar empresas ruins, produtos sem qualidade e pessoas com más intenções em ambos os países. Eu diria que a proporcionalidade é a mesma do Brasil. E da mesma forma como aqui, é preciso entender o mercado e as particularidades e fazer o filtro para usufruir dos benefícios disponíveis. Não há segredo, há trabalho. E, em mais uma viagem, foi possível perceber como existe um mundo de negócios para explorar. Voltei ainda mais amigo do país e das pessoas. Não vejo a hora da próxima.
Por ora era isso! Na Zdrowie!
Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br
Texto originalmente publicado no jornal A Tribuna, Criciúma, 26/10/2016.