Dilma no País das Maravilhas
Há menos de um mês, a presidente Dilma fazia um pronunciamento em rede nacional tentando amenizar as reações de descontentamento e a falta de credibilidade sobre o seu governo. Dentre outras coisas, disse que o Brasil não passava por grandes problemas econômicos e que a crise internacional era responsável pelas circunstâncias, tomando como exemplo a economia dos Estados Unidos.
O tempo, no entanto, vem desmentindo a presidente e, na sexta feira, dois anúncios ratificaram isso. O primeiro foi a apresentação do IBGE sobre crescimento de apenas 0,1% da economia brasileira em 2014 (a previsão do mercado para 2015 é de -1,0%) e a confirmação pelo ministro da fazenda, Joaquim Levy, de que não foi surpresa essa significativa desaceleração.
O segundo foram os novos sinais de força da economia americana. O setor de serviço expandiu em março ao ritmo mais acelerado desde setembro e pesquisas preliminares também mostram recuperação na atividade das fábricas. Ou seja, há problemas na economia brasileira, sim, que não podem ser justificados na economia americana, diferente do que a presidente argumentou.
Essas informações, contraditórias àquelas da presidente, afetam em aspectos diretos na economia brasileira e a valorização do dólar diante a moeda brasileira é inexorável. E o principal de tudo isso é a dificuldade generalizada de resgatar a confiança de uma líder de governo que parece estar alheia à realidade do mundo dos negócios ou simplesmente subestima a inteligência e a capacidade de discernimento de nós brasileiros.
Por ora era isso! Na Zdrowie!
Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br
O autor
Marcelo Raupp
Negócios na ÁsiaSócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.