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As consequências da tensão comercial entre EUA e China para o Brasil

No início do mês de março, a fim de salvaguardar a indústria local, o presidente americano sobretaxou a importação de aço e alumínio e alguns países sentiram mais essa tensão comercial entre EUA e China, principalmente aqueles que anteviram prejuízos importantes na sua economia.

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A China retaliou a decisão americana anunciando uma lista de 128 produtos americanos sobretaxados e claro, a resposta americana veio com mais uma lista de 1300 produtos importados, mas agora exclusivamente de origem chinesa. No dia seguinte, o país asiático apresentou mais uma lista de intenções de barreiras de 106 produtos vindos do país americano, incluindo a soja, criando uma tensão comercial que pode gerar diversas consequências no mundo, principalmente, no Brasil.

E quais podem ser as consequências?

  • Oscilação imediata do dólar – nos países com câmbio flutuante e economia volúvel como o Brasileiro, tensões como essa geram um aumento imediato no câmbio. Enquanto houver a
    indefinição, será natural a insegurança cambial. O mercado deve acomodar quando algum anúncio de estabilização for feito ou o próprio tempo aliviar e os investidores perceberem que as consequências não afetarão suas demandas.
  • Pressão no livre comércio entre os países – o desenvolvimento de relação comercial internacional é algo bem gradativo. A perda da confiança, no entanto, pode ser imediata e as consequências podem afetar não só o parceiro do conflito como também outros com uma retração natural. Ações como essas devem ser feitas com muita diplomacia, algo nada comum na prepotência americana.
  • Novas demandas, novos mercados – com a limitação de importação de produtos de um país, as oportunidades para outros aparecem. Não importando a soja dos EUA, por exemplo, será necessário buscar outras opções de suprimento e o Brasil pode aproveitar dessa oportunidade.
  • Variação de preço local – a realocação de demandas, pode gerar um aumento ou redução de preços de acordo com a oferta. Se o aço brasileiro, por exemplo, não for exportado para os EUA, haverá mais disponibilidade para o mercado local e os preços podem reduzir. No outro lado, com a restrição de importação de frutas americanas, os chineses podem buscar no Brasil a substituição. Com a redução de disponibilidade no mercado nacional, o preço pode aumentar.

Certamente, estas são possibilidades que apenas o tempo confirmará (ou não). A atenção, no entanto, deve estar voltada, já que tratamos dos dois principais parceiros comerciais do Brasil.

Qualquer dúvida, fique à vontade de entrar em contato, principalmente ao tratarmos de China, já que tenho estado lá todo ano desde 2009 e a cada ano que passa, percebo que as oportunidades são imensas e os resultados totalmente potenciais.

O autor

Marcelo Raupp

Marcelo Raupp

Negócios na Ásia

Sócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.

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