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Os Investimentos Brasileiros Obscuros no Porto de Cuba

Atualmente, Santa Catarina conta com 5 portos: Imbituba, Itajaí, Navegantes, São Francisco e Itapoá. Se compararmos com o mundo e as necessidades globais, estamos muito defasados. Não em termos de quantidade de portos, mas de infraestrutura disponível. Entre tantas necessidades, é fácil destacar a infraestrutura 1) de acesso aos portos e uma condição favorável no tráfego rodoviário, 2) de espaço em armazenagem e retroarea, 3) de profundidade dos canais e espaço na baía de evolução para possibilitar a atracação de navios maiores e 4) de equipamentos de movimentação para agilizar as operações. Todos estes aspectos geram, entre outras coisas, a redução de custo para as empresas brasileiras.

Nos últimos anos, no entanto, vimos o Brasil investir no exterior em muitas causas. Dentre elas, a que mais chamou atenção foi o Porto de Mariel, em Cuba. Através de um contrato sigiloso no BNDES, foram investidos aproximadamente USD1 bilhão em infraestrutura naquele porto. Para se ter uma ideia da condição logística, o Porto de Mariel, construído com a ajuda de investimentos brasileiros, tem um potencial de movimentação de 9.000 containers por dia. Neste ano, Itajaí movimentou a média de 2.600 containers/dia, uma condição 3 vezes menor do que o Porto Cubano.

Claro que os questionamentos na aplicação dos recursos em Cuba, quando por aqui temos imensas necessidades de infraestrutura, são incalculáveis. O mais novo questionamento, no entanto, é do Ministério Público Federal que abriu uma investigação preliminar para entender a participação do ex-presidente Lula neste processo de investimento no Porto Cubano.

Se na condição legal já tínhamos muitos questionamentos sobre o porquê da falta de investimento nos nossos Portos e a aplicação de recursos em porto estrangeiro, na condição ilegal, estes questionamentos são ainda maiores. E mais uma vez, esbarramos nos critérios de decisão e interesses da nossa administração pública.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

O autor

Marcelo Raupp

Marcelo Raupp

Negócios na Ásia

Sócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.

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