Coluna “Express” por Joice Quadros na Revista “O Mundo dos Negócios” – Ed.10
Desafios do novo governo
Maior abertura do Brasil ao comércio internacional é uma das principais propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro nessa área. Entre as propostas, a redução de tarifas de importação para gerar “choque tecnológico” no país, ao lado da priorização de acordos bilaterais com outras nações.
Abertura gradativa
Há conflito de opiniões nessa proposta. Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, há o temor de uma retirada sem planejamento das tarifas de importações, prejudicando a indústria nacional. Pondera que derrubar tarifas de forma unilateral enquanto se discutem acordos bilaterais enfraquece a argumentação brasileira nas mesas de negociação.
Custo Brasil
Carga tributária elevada, burocracia e logística deficiente estão entre as principais causas que elevam o custo Brasil e derrubam os índices de competitividade da indústria nacional frente a outros países mais avançados. Não há, portanto, na avaliação da indústria, como derrubar as tarifas de importação enquanto essas deficiências não forem corrigidas.
Superministério
A proposta de um “superministério” da Economia no novo governo, reunindo as pastas da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), da Fazenda e do Planejamento, Secretaria Especial do Programa de Parcerias e Investimentos e instituições financeiras estatais, não está ganhando apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a instituição, há conflito de interesses entre o MDIC e a Fazenda.
Conflito de interesses
O argumento da CNI é de que o MDIC deve permanecer independente da Fazenda. Na análise da CNI, enquanto a Fazenda trabalha pelo aumento de receitas e redução de despesas, o MDIC atua no sentido de políticas de apoio ao setor industrial e ao comércio exterior.
Bandeira brasileira
“Há necessidade de se ter uma política externa definida”, declarou Maitê Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, em entrevista a João Paulo Messer, na Rádio Eldorado de Criciúma. Ao avaliar o que está sendo proposto pelo futuro governo do país, disse que “espera o melhor, com novas negociações e a abertura que o país precisa”, destacando que espera que o comércio exterior “não tenha subordinação a outros interesses que não seja à bandeira brasileira”.
Mercosul político
Sobre o Mercosul, Maitê Bustamante analisa que esteve paralisado nos últimos anos. “O Mercosul não é bloco político”, enfatiza, e o que os empresários esperam do novo governo é que seja um “bloco de negociações comerciais” porque até agora estiveram “amarrados e engessados”.
Canton Fair
Como não poderia ser diferente, a UNQ Import Export esteve presente na primeira fase da Canton Fair, a maior feira multissetorial do mundo, em outubro. Na foto, Renato Barata, diretor da UNQ, com o cliente Denis da Silva, que recebeu assessoria, e o parceiro comercial chinês, Johnny Hu.