Brasil não participa de acordo internacional
Neste sábado, 18/07, em Genebra, um grupo de mais de 70 países fechou um novo acordo para estimular a troca de tecnologia entre os países e fomentar a economia internacional. Dentre os 200 produtos listados estão, por exemplo, semicondutores e dispositivos médicos, os quais terão suas alíquotas de imposto de importação reduzidas a zero.
O Brasil, infelizmente, não faz parte dos países que acordaram o tema. Com isso, todas as importações destes itens que estimulam o avanço tecnológico em diferentes áreas continuarão sendo tributadas na entrada do país. Em contrapartida, se o país quiser exportar os mesmos itens para um dos países membros, seus produtos terão isenção nas tarifas.
E aí entram as questões do paliativo e do planejamento. Por ser um momento de necessidade de aumentar a arrecadação para suprir suas contas, o governo não abre mão da receita na importação destes produtos. Entretanto, a mesma tributação que garante esta arrecadação limita a entrada de produtos que podem promover maior desenvolvimento futuro.
Claro que a popularização dos produtos pela liberalização nos outros países pode reduzir os preços no mundo e possibilitar mais acessos aos brasileiros também. Mas isso acontecerá de forma indireta já que o Brasil decidiu não fazer parte do acordo por ter que manter a arrecadação e assim poder pagar suas contas inchadas.
As decisões entre paliativo e planejamento são questões constantes no Brasil. São conflitos entre as necessidades pontuais e as possibilidades futuras. Afinal, é mais importante arrecadar impostos ou investir em tecnologia? Tapar buracos ou fazer nova rodovia? Construir presídio ou escola? O primeiro busca atender o momento. O segundo, o futuro. E, além destes, tantos outros exemplos cotidianos.
Claro que, se tivéssemos uma política séria, com uma administração pública eificiente e eficaz, contaríamos com os dois, sempre priorizando pelo planejamento. Enquanto não a tivermos, o paliativo vai ser sempre a opção.
Por ora era isso! Na Zdrowie!
Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br
O autor
Marcelo Raupp
Negócios na ÁsiaSócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.