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Brasil e Venezuela no Populismo Enganador

Imagine você, caro leitor, planejando que o ano que vem vai gastar mais do que o seu salário comporta. Informando aos seus credores que não cumprirá com o seus compromissos. Não existe uma lógica humana para isso, certo? Ninguém planeja ou anuncia dívidas.  Algumas vezes, acontece pelas dificuldades encontradas, mas não pela intenção planejada. Mas foi com essa falta de vergonha na cara que o governo apresentou o orçamento de 2016 com déficit de mais de R$30 bilhões. Logicamente, o anúncio fez o real desvalorizar e o dólar ganhar força nesta segunda-feira ao acumular a maior alta para um mês de agosto desde 1999, quando o país passou a adotar o regime de câmbio flutuante.

Todo este sentimento diante das manobras do governo, inevitavelmente, faz com que alguns economistas comparem o Brasil com a Venezuela. É normal, com isso, que as atenções voltem para o país vizinho com preocupação.

Lá, a inflação ronda os 200% ao ano e as ações do governo têm sido questionadas há tempos por especialistas. O câmbio fixo promove um câmbio negro acentuado pela escassez da moeda americana. Segundo fontes locais, o dólar oficial vale 100 vezes menos do que aquele negociado paralelamente.

O preço da gasolina, quase de graça pelas intenções populistas, faz com que colombianos vizinhos se desloquem até a Venezuela para contrabandear gasolina enchendo o tanque e vendendo no seu país. Além da gasolina, isso também acontece com alimentos e medicamentos, que se transformam em produtos especiais na Venezuela com filas incomensuráveis na tentativa de aquisição. Os dados afirmam que 30% das importações da Venezuela são contrabandeadas neste mesmo perfil.

Toda essa condição desfavorável coloca o país na situação de grande potencial caloteiro, levando mais insegurança nos negócios com o país. O principal produto exportador, o petróleo, tem perdido valor no mercado internacional com a redução de preço, o que prejudica ainda mais a situação econômica.

Em 2012, conheci um venezuelano em Hong Kong que antecipava a situação, afirmando que não voltaria ao país pela vergonha que ele tinha do modelo de governo.

O Brasil por mais que conte com o mesmo perfil de governo, populista enganador, conta com diferentes recursos naturais e características empresariais mais inteligentes. Mas que, dentro das condições atuais, precisam ficar atentos aos balanceios de Dilma e companhia.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

O autor

Marcelo Raupp

Marcelo Raupp

Negócios na Ásia

Sócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.

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