A logística de importação é difícil?
É natural que o processo logístico de uma compra internacional seja mais complexo que uma compra nacional. Afinal, estão envolvidos culturas, infraestrutura, legislação, tempos e contextos diferentes. Além disso, as diversas etapas do processo diferem do simples embarque e desembarque de uma compra dentro do país. Estão envolvidos, além do transporte internacional, o trânsito no país de origem e a movimentação no país de destino, seja dentro ou fora da zona alfandegada. A forma como se trata cada etapa é o diferencial dos resultados e, quanto mais conhecimento, mais vantagens competitivas são desenvolvidas. Por isso, a participação de um profissional qualificado é tão fundamental. Neste contexto, dois aspectos se destacam e podem ser tratados de forma didática.
Modais de Transporte
A definição do meio de transporte internacional depende de algumas variáveis como a relação geográfica entre os países, a infraestrutura disponível, a quantidade e o valor da mercadoria e a urgência de recebimento. Não existe um meio de transporte melhor que o outro. Existe, sim, o mais adequado dependendo das circunstâncias do negócio. Nem sempre o transporte aéreo é o mais rápido, por exemplo. E conhecendo as dinâmicas dos diferentes países é que percebemos como o Brasil é carente no desenvolvimento logístico. Para se ter uma ideia, o tempo médio de permanência de um container no porto nos Eua é de 48 horas, no Brasil é de 12 dias. Mas, independentemente (meu colega de página Archimedes ficará orgulhoso deste advérbio bem colocado) da precária estrutura nacional, as vantagens podem ser trabalhadas nos detalhes.
Incoterms
Certamente, aqueles que fazem compras nacionais já devem ter tratado de compras FOB ou CIF, considerando o pagamento ou não do frete. Eles fazem parte dos Incoterms que, na verdade, são termos de comércio internacional que definem as responsabilidades logísticas. Afinal, quem paga o deslocamento da fábrica até o porto na origem? E o frete internacional? São os Incoterms que os definem e, por isso, devem ser tratados já na negociação de preços. Devido às diferentes etapas, há 11 Incoterms, sendo o EXW o de maior responsabilidade para o importador, que deve retirar a mercadoria na fábrica do exportador. Outro bem conhecido é o FOB – Free on Board, onde a semântica ajuda bastante o entendimento, já que a responsabilidade do importador começa quando a mercadoria é colocada no navio. A figura abaixo ilustra outro grande conhecido, o CFR – Cost and Freight.
Resultados de uma Oportunidade bem Aproveitada
A dificuldade e a complexidade são conceitos que divergem principalmente pelo grau de conhecimento. A logística internacional não é difícil, mas é complexa. A partir do momento em que se tem o domínio da legislação e do contexto no qual se está inserido, a complexidade se torna fácil e os resultados são mais proveitosos. Encontrar uma empresa especializada que dê soluções a cada situação é uma boa alternativa para obter os melhores resultados no mundo dos negócios.
Por ora era isso! Na Zdrowie!
Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br
O autor
Marcelo Raupp
Negócios na ÁsiaSócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.