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A Cachaça no Mercado Internacional

O acordo feito na semana passada com o México para a proteção da cachaça é mais um passo para a promoção do produto no âmbito internacional. A partir de agora toda e qualquer cachaça vendida em solo mexicano deverá ser proveniente do Brasil. Além do México, apenas Estados Unidos e Colômbia assumem o produto como genuinamente brasileiro. Se compararmos com a Tequila, por exemplo, percebemos o quanto é possível evoluir já que esta é protegida em mais de 46 países. A consequência disso está nos números. Enquanto foram exportados 180 milhões de litros de Tequila em 2015, apenas 7 milhões de litros de cachaça tiveram suas vendas destinadas a outros países.

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Um Exemplo Clássico de Produto com Distinção Geográfica  

O caso mais conhecido de reconhecimento com denominação de origem é o Champagne. Embora popularmente conhecido como os vinhos com bolhas, somente é considerado Champagne aquele produzido exclusivamente na região de Champagne no norte da França. O acordo com o Brasil aconteceu apenas em 2013, quando o governo instituiu o termo exclusivo para os produtos oriundos da região. Desde então, os produtores de vinho espumante no Brasil são proibidos de usar o termo “Champagne” em seus rótulos, já que só é genuíno quando produzido na região de mesmo nome. Certamente, um passo importante para o desenvolvimento da imagem comercial do produto.

Os acordos que promovem internacionalmente os produtos regionalizados

Para tornar um produto com denominação exclusiva pela distinção regional, é necessário desenvolver acordos bilaterais entre os países envolvidos. No caso do México, houve um acordo mútuo para a proteção da Tequila e da Cachaça.  Certamente, para que isso aconteça em outros países, é importante fomentar a imagem do produto brasileiro internacionalmente, bem como, encontrar benefícios de contrapartida, como aconteceu na proteção do produto mexicano no Brasil. Com o envolvimento de novos países nestes acordos com a cachaça, é natural a fortificação da imagem e uma maior facilidade de entrada em novos destinos.

O Festival Cultural da Cachaça

O desenvolvimento do conceito da cachaça no mundo começa a partir da associação organizada dos produtores, do fomento governamental, mas, principalmente, da valorização regional do produto. Não é possível apresentar um produto regional para outros países se a própria região não valorizar o potencial econômico do mesmo. O Festival Cultural da Cachaça – Cores e Sabores do Brasil, que acontece nesta sexta-feira em Criciúma, pretende apresentar um cenário onde exposição, negócios, entretenimento, diversão e gastronomia possam se acomodar em harmonia. Mas principalmente promove uma discussão de profissionalização e valorização de um produto com intenso potencial econômico para a região.

Resultados de uma Oportunidade bem Aproveitada

A história da cachaça artesanal no Brasil e as experiências levadas pelos turistas internacionais colocam a bebida em um patamar de grande potencial exportador. Não é raro encontrar em outros países pessoas expressando o apreço pela bebida. Para criar uma vantagem competitiva econômica, no entanto, é preciso a intensificação da imagem através de acordos bilaterais, o desenvolvimento organizado do produto com qualidade e a valorização regional do mesmo. Com isso, certamente a região usufruirá dos resultados de uma oportunidade bem aproveitada.

Página do jornal A Tribuna, de Criciúma, do dia 3 de agosto de 2016.

Página do jornal A Tribuna, de Criciúma, do dia 3 de agosto de 2016.

 

 

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