A GLOBALIZAÇÃO DOS VEÍCULOS AUTO-DIRIGÍVEIS: FICÇÃO CIENTÍFICA OU REALIDADE?
Quando criança, sonhamos e acreditamos em fantasias, contos de fada e super-heróis. Muitos desenhos que assistíamos traziam uma reflexão sobre mundo no futuro. Dos desenhos que me recordo assistir, Os Jetsons era, sem dúvida, um dos mais futuristas, apresentando áreas tecnológicas como robótica, cidades inteligentes, automação predial, carros voadores, etc. O mais interessante é que muitas destas tecnologias apresentadas em desenhos animados na década de 1990, já são realidade nos dias de hoje. É a ficção científica se transformando inovações de mercado. Os carros voadores, ainda não são uma realidade em nível global, apesar de já vermos iniciativas de desenvolvimento de drones utilizados para o transporte de pessoas. Entretanto, o veículo auto-dirigível é uma tecnologia cada vez mais em pauta nos dias atuais.
A cultura de inovação da Tesla e sua tecnologia auto-dirigível
A Tesla é uma empresa fundada no Vale do Silício que, desde sua concepção, apostou nos conceitos de inovação e de disruptura como chaves estratégicas. A montadora já nasceu quebrando um grande paradigma na indústria automobilística, que foi a de não produzir veículos que queimem combustíveis fósseis, evitando a emissão de gases catalisadores do efeito estufa. Além de seus veículos elétricos, a empresa também tem investido fortemente no conceito de carro auto-dirigível. Segundo o website da Tesla, todos os modelos produzidos pela companhia possuem o hardware necessário para habilitar a tecnologia auto-dirigível. O objetivo da Tesla é que os passageiros dos seus automóveis estejam mais seguros utilizando um carro auto-dirigível do que um motorista pilotando um automóvel.
Visão artificial: a tecnologia por trás do carro auto-dirigível
A Tesla aposta no conceito de visão artificial que utiliza um sistema de sensores avançados aliados a algoritmos de inteligência artificial, garantindo a cobertura perimétrica dos obstáculos no entorno do veículo. São 8 câmeras que promovem uma visibilidade de 360 graus em volta do carro em até 250 metros. Doze sensores ultrassônicos complementam a visão, permitindo a detecção tanto de objetos leves quanto de objetos pesados. Um radar frontal também gera dados adicionais do ambiente possibilitando a identificação de chuva pesada, neblina, poeira e até mesmo o carro a frente.
Quando veremos os auto-dirigíveis rodando mundo a fora?
É difícil prever quando esta tecnologia estará disponível pelo mundo. O ponto crucial da internacionalização desta tecnologia dependerá muito das legislações locais de cada país. Mesmo nos Estados Unidos, um dos países pioneiros desta tecnologia, há muita divergência no estabelecimento das leis de regulamentação. Muitas leis não mencionam de forma explícita que um veículo deve ser dirigido por uma pessoa, dando margem de interpretação de que os carros possam ser controlados por um sistema de controle. Uma coisa é fato, a tecnologia está amadurecendo cada vez mais e já despertou a atenção mundial. Portanto, os órgãos governamentais terão que debater este tema mais cedo do que imaginam.
O autor
Renato Barata Gomes
Inovação, Tecnologia e GlobalizaçãoSócio-diretor da UNQ Import Export. Engenheiro de Controle e Automação (PUCRS, Brasil). M.Sc. em Engenharia de Produção (Technische Universität Hamburg-Harburg, Alemanha). M.B.A. em Gestão Internacional de Tecnologia (Northern Institute of Technology, Alemanha). Experiência internacional de 6 anos na Alemanha, México e Estados Unidos, trabalhando na empresa ThyssenKrupp na área de projetos internacionais. Experiência gerencial na área de comércio exterior, desde 2006.Professor universitário na área de Marketing Internacional, desde 2006.