A importação gera (des)emprego?
Como em todo assunto polêmico, a repercussão sobre este tema tem gerado boas discussões. Por um lado, algumas pessoas afirmam que, trazendo produtos de outros países, as empresas terão mais dificuldades de encontrar espaços para seus produtos e as demissões são parte das soluções. Outros afirmam que a importação permite uma qualificação maior da mão de obra e dão condições competitivas para as empresas crescerem gerando mais empregos. Afinal, a importação gera ou não desemprego?
A Globalização
A redução das barreiras imaginárias entre os países é um caminho sem volta. Hoje, podemos comprar ou vender produtos para quase todo o mundo e a principal discussão não é mais se isso é bom ou ruim, já que isso está estabelecido. Precisamos discutir e buscar como fazer melhor e aproveitar das oportunidades disponíveis. Para aprofundarmos a questão, basta lembrarmos que hoje o Brasil sofre uma grande crise de demanda. Não há compradores para a quantidade de produtos que precisamos vender. As empresas assim acabam demitindo para reduzir custos e o potencial de compra dos cidadãos acaba reduzindo ainda mais. Por isso dependemos do mercado externo para nossas empresas buscarem consumidores que dentro do país não encontram. As maiores opções de vendas permitem que as empresas capacitadas encontrem mais compradores. Por outro lado, com as importações, o potencial de compra das empresas é ampliado e é possível tornar a empresa mais competitiva para um mercado tão concorrente. Afinal, o dinheiro não se ganha na venda, mas sim na compra.
Mão de obra mais qualificada
A mesma questão de desemprego foi muito debatida acerca da automação das empresas. Afinal, estamos substituindo a mão de obra por máquinas? Na verdade, não. Estamos criando uma mão de obra mais qualificada com melhores condições de trabalho. Os trabalhadores das fábricas passam para uma atribuição diferente do que aquela de produção e ambiente insalubre. E a mesma coisa acontece com a importação. Outras fontes de trabalhos são gerados, com mais condição de gestão e especialização, além de fornecerem mais competitividade para as empresas. É muito melhor termos empresas mais qualificadas, com padronização de produtividade e mais opções de suprimentos, do que mantermos o desenvolvimento estagnado pela falsa justificativa de desemprego. Não precisamos ir muito longe para perceber as consequências negativas do fechamento e controle do mercado na Venezuela.
Resultados de uma oportunidade bem aproveitada
Por isso, não tenho dúvidas em afirmar que a importação não é negativa. Existem muitas possibilidades neste aspecto e a melhor alternativa é investir na capacitação das empresas em Negócios Internacionais. A crise econômica atual é muito mais intensa pela falta de conhecimento dentro das oportunidades das exportações e importações do que pela possibilidade em si de os países colocarem seus produtos aqui. É preciso transformar as ameaças em oportunidades e parar de justificar os problemas em falsos argumentos. Se alguém optar por comprar um produto chinês, a culpa não é dessa pessoa e nem da empresa chinesa que vendeu. É simplesmente da empresa brasileira que não se capacitou para tal.
Texto originalmente publicado no jornal A Tribuna, Criciúma, 01/02/17.
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