Relação Brasil e Argentina: novo presidente portenho deve estimular exportação agrícolas
Relação Brasil e Argentina: novo presidente portenho deve estimular exportação agrícolas
Considerada como principal parceiro comercial do país no setor de máquinas agrícolas e de irrigação, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a eleição do novo presidente argentino Maurício Macri pode beneficiar ainda mais as exportações. No dia em que se celebra a parceria entre Brasil e Argentina, o diretor de Comércio Exterior da Abimaq, Klaus Muller, afirmou que as vendas para o solo argentino no segmento agrícola podem crescer até 40%.
Os números tendem a beneficiar inclusive empresas sul-catarinenses. “O extremo-sul é muito forte na agricultura. Temos empresas desenvolvedoras de tratores e outros insumos que podem, com a exportação, melhorar a produtividade do plantio argentino”, explica o diretor da UNQ, Marcelo Raupp.
Para Muller, da Abimaq, o país vizinho vai precisar de apoio para financiamento das exportações. “Como o país estaria financiado, não precisaria desembolsar em dólar. Macri tende a estimular as exportações para ampliar as reservas de dólar do país e, consequentemente, vender mais ao mercado externo”, pondera o diretor de Comércio Exterior.
A Argentina já é o principal parceiro comercial do País no setor de máquinas agrícolas e de irrigação (excluindo tratores), segundo dados da Abimaq. Em 2015, de janeiro a outubro, o país importou US$ 108 milhões em máquinas agrícolas e de irrigação, 19% de um total de R$ 568 milhões exportados globalmente pelo Brasil. Em comparação com o mesmo período de 2014, as exportações para a Argentina na categoria cresceram 10%, segundo a Abimaq.
Segundo ele, a tendência é de que Macri flexibilize a importação de itens de origem brasileira necessários à produção de artigos da pauta de exportação da Argentina, entre eles máquinas e implementos agrícolas. “Haverá uma racionalização no sentido de eliminar barreiras para matérias-primas, máquinas e equipamentos, dentro dos limites de reserva (de dólar) do país”. Mas, se não financiar estas exportações e contar apenas com a redução de barreiras, o Brasil ampliaria suas vendas externas neste segmento somente em até 15%”, conclui Müller.
O Brasil conta com cerca de R4 2 bilhões do Programa de Financiamento à Exportação (Proex), do Governo Federal, que podem ser parcialmente utilizados no financiamento destas operações. “Será um grande incentivo para impulsionar a economia brasileira em momentos de estagnação”, finaliza Raupp, da UNQ.