Blog da UNQ

Desvalorização da moeda chinesa e a redução dos preços em dólar

O câmbio é sempre um fator estratégico nos negócios internacionais. Com informações
atualizadas no mundo, é possível negociar com mais eficácia e ter melhores resultados. Não
simplesmente no momento do fechamento do câmbio em si, mas principalmente no contato
com o exportador no país de origem. E no momento da desvalorização da moeda chinesa, pode ocorrer uma redução dos preços em dólar.

Como funciona?

Sempre que há uma variação cambial, os preços em dólar estão suscetíveis a variações
também, já que a conversão da moeda local mudará. Exemplificando, se o preço em moeda
local é LO$100, com um dólar a LO$2, o preço do produto deve ser USD50 para que a
rentabilidade da empresa se mantenha no LO$100. Caso o dólar aumente hipoteticamente
para LO$4, a mesma rentabilidade de LO$100 pode ser alcançada com o preço de USD25. Isso
permite um aumento na escala de exportação com preços melhores.

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No caso da China, o câmbio é controlado, diferentemente do Brasil que é flutuante, e o
Governo Chinês desvaloriza a moeda quando precisa estimular as exportações. Por isso, as
variações devem ser sempre bem aproveitadas. Neste último mês, tivemos um aumento na relação RMB/DOLAR na faixa de 3,5% o que pode ser diretamente transferido para o preço em dólar,
haja vista a manutenção da rentabilidade local.

Claro que dificilmente o vendedor disponibilizará um desconto por iniciativa, já que o ganho
cambial também é importante para ele. Por isso, sempre que houver essas variações, converse
com o exportador e tente essa redução proporcional no preço em dólar do seu produto. O
ganho sempre estará nos detalhes.

Por que alguns produtos chineses têm direitos antidumping?

Na prática, o direito antidumping é uma sobretaxa que aumenta o custo de importação de um produto proveniente de certa origem. Não é especificamente relacionado ao produto. Mas a relação do produto com o país produtor. Ou seja, quando considerados muito abaixo do mercado de destino, os preços dos produtos são elevados através desse custo extra para proteger a indústria nacional e tornar o produto local mais competitivo. E é exatamente por essa capacidade de produção com baixo custo que a China é o país com mais produtos relacionados na lista de direitos antidumping.

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Alguns exemplos de produtos chineses com direitos antidumping são:

    • o porcelanato técnico,
    • o alho,
    • alguns tipos de pneus,
    • o ácido cítrico,
    • os talheres de inox,
    • os alto-falantes,
    • entre outros.

Cada produto tem um tratamento específico e não há uma regra a respeito das sobretaxas. Elas podem ser percentuais, podem ser valores fixos e diferentes por empresas exportadoras e podem tratar como valores mínimos para tributação. Por isso, é sempre importante ler atentamente a resolução Camex que trata de cada particularidade, bem como, o seu prazo de validade.

E como funciona o direito antidumping na prática?

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A Evolução do Mundo dos Negócios

Sempre que a tecnologia afeta a agilidade de um processo, eu tento buscar na história o alento para o momento. Afinal, embora ainda vivamos uma burocracia desmedida no país, ao longo do tempo temos visto uma evolução do Mundo dos Negócios importante, seja na velocidade dos processos de importação ou no desenvolvimento de mercado na exportação.

Primeiro, na capacidade de comunicação entre os países e na aproximação que temos com fornecedores e clientes ao redor de todo mundo. Depois, pela capacidade de diligenciar informações acerca do que está saindo ou entrando no país.

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Por isso, quando o sistema cai e não é possível fazer um registro, lembro que as licenças eram datilografadas e entregues pessoalmente no Banco do Brasil lá nos anos 90. Que precisava esperar por uma correspondência de resposta a algum contato ou uma ligação no telefone fixo. Ou simplesmente penso que há pouco tempo era preciso apresentar os documentos físicos para liberação no recinto.

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Como encontrar bons fornecedores na China

Na infância da minha geração, quando recebíamos produtos made in Taiwan, sabíamos que a validade dos brinquedos não seria lá grandes coisas. Esta velha máxima, no entanto, de que produtos chineses não tem qualidade adequada, já não existe mais.  Podemos encontrar produtos melhores que os brasileiros e fornecedores com mais credibilidade, inclusive. Claro que, como no Brasil, existem empresas ruins. O diferencial está em saber encontrar bons fornecedores na China.

Abaixo, listo algumas etapas para isso, sempre me colocando à disposição para ajudar neste processo complexo (marcelo.raupp@unq.com.br).

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Globalização x Negócios Internacionais: Um mundo sem volta

Quando o assunto é globalização x negócios internacionais, ainda vejo muita gente questionando e tratando a importação como ponto negativo da história.

Na época em que estudava na UFSC, havia uma brincadeira que dizia o seguinte: “passeando pelo campus, um grupo de engenheiros encontrou alguns acadêmicos de filosofia sentados em volta de uma pedra olhando-a fixamente. Ao perguntarem sobre o propósito daquele momento, a resposta foi unânime: ‘estamos estudando para a prova’”.

Embora seja parte do senso lúdico da universidade, lembro sempre desse caso quando o assunto é globalizaçãoPara o mundo dos negócios, no entanto, essas análises não fazem mais sentido, já que a globalização é uma realidade sem volta, o que exige que a cadeia produtiva esteja constantemente preparada.

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É claro que idas e vindas nas negociações entre países sempre existirão. Faz parte dos conflitos entre os interesses individuais. O importante para o empresário, neste caso, é entender as consequências das mudanças e antecipar as suas ações. Afinal, o que afetará o Brasil com a saída da Grã-Bretanha da União Europeia ou da guerra comercial entre Estados Unidos e China? Certamente, não será o fim dos negócios internacionais, mas ensejará algumas adaptações. No final, quem conseguir entender o momento com mais propriedade sairá na frente diante de um mercado tão competitivo.

A próxima edição do “O Mundo dos Negócios” vem mais uma vez com esse intuito. Se alguém tem que sair na frente, que sejamos nós. Enjoy it!