Brasil busca fortalecimento bilateral com Estados Unidos
Amigos leitores, o tema desta semana é a tentativa de aproximação comercial entre Brasil e Estados Unidos, iniciada com a visita do ministro Armando Monteiro aos Estados Unidos em fevereiro. O objetivo principal do protocolo é facilitar e otimizar o comércio bilateral. Como resultado positivo desta visita, o secretário de comércio exterior do Brasil Daniel Godinho, e dos Estados Unidos, Kenneth Hyatt, assinaram em março, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos (US Chamber of Commerce), em Washington D.C., o Memorando Bilateral sobre Facilitação de Comércio, estabelecendo um conjunto de ações de cooperação entre os dois países. Este á um passo importante para o fortalecimento da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos.
Identificando setores promissores
A primeira ação a ser tomada em conjunto por Brasil e Estados Unidos é a identificação de setores econômicos estratégicos para que possam ser desenvolvidas medidas que facilitem os procedimentos de comércio internacional promovendo a aceleração do desenvolvimento nestes setores.
Convergência regulatória
Outro tema importante incluído no memorando foi a intenção de convergência entre órgãos regulatórios de Brasil e Estados Unidos (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro e National Institute of Standards and Technology – NIST), órgãos normatizadores (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e American National Standards Institute – ANSI) e a iniciativa privada dos dois países. A divergência normativa força a adaptação parcial ou total de produtos elevando custos e criando barreiras para o comércio internacional.
Brasil e Estados Unidos buscam padronização de normas no setor cerâmico
A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) e a Tile Council of North America (TCNA), entidades representativas do setor cerâmico no Brasil e nos Estados Unidos, desenvolveram acordo, estabelecendo as etapas para se alcançar maior alinhamento entre as normas técnicas. Este é um passo importante para nossa região, pois somos um dos principais polos cerâmicos do mundo, e ações como esta facilitam o direcionamento da produção para o mercado americano, principalmente em um momento econômico em que o dólar passa a ser um aliado nas exportações.
Setor de máquinas, equipamentos e têxtil também serão priorizados
O diálogo entre os dois países também inclui como prioritários outros setores, tais como máquinas, equipamentos e têxtil. Brasil e Estados Unidos estabeleceram como meta trabalhar em agendas setoriais, com acompanhamento dos governos, com o intuito de gerar resultados concretos. O mais importante de tudo é que o Brasil trabalhe efetivamente em prol da criação de medidas verdadeiramente unilaterais, evitando uma imposição unilateral do governo americano.
Renato Barata Gomes