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BIG DATA E O MUNDO DOS NEGÓCIOS

                No mundo digital em que vivemos desde a era da internet, muitos termos foram criados oriundos de novas tecnologias. Big Data é um conceito muito utilizado atualmente e vem sendo cada vez mais difundido nas universidades, nas empresas, e utilizado em ferramentas de inteligência de negócio e marketing. Mas o que é Big Data? Estima-se atualmente que somente 20% de todos os dados gerados na internet, tais como informações de cadastros em sites de e-commerce, monitoramento de perfil de navegação, monitoramento de transações financeiras, são processados de forma inteligente, de modo a gerar ações comerciais e de marketing com base na análise dos dados gerados. Deste modo, o conceito Big Data busca aliar tecnologias modernas e mais rápidas de processamento de dados, inteligência artificial e gestão de negócios com o objetivo de gerar ações de inteligência de negócio para as empresas. Assim, empresas conseguem através da informação coletada na internet, criar estratégias de prospecção e mapeamento de clientes, diferenciação da concorrência e ampliação de market share.

O impacto do Big Data na China  

                A utilização da informação coletada na internet sempre foi um dilema onde se discute até que ponto o processamento e o compartilhamento de informações pessoais é considerado correto sob o ponto de vista ético. Por isso, diria que o sucesso das tecnologias voltadas ao Big Data é diretamente proporcional à abertura de mercado do país utiliza esta ferramenta. Ao mesmo tempo, não podemos negar que, se os dados processados por produtos que utilizam Big Data são coletados de usuários navegando na internet, países populosos como a China e Índia, tornam-se grandes mercados potenciais para esta tecnologia. A China em particular, tem uma forma de controle interessante proibindo a utilização de muitas ferramentas ocidentais como Whatsapp, Facebook, Google, entre outros. Entretanto, o país oferece ferramentas similares e que são amplamente utilizadas por seus residentes. Desta forma, a quantidade de dados gerados na China é bastante significativa e eles podem ser utilizados por empresas interessadas em comercializar no país.

Big Data e o Sistema Social de Crédito na China  

                Como forma de utilizar o Big Data no controle da informação, o governo chinês planeja lançar o Sistema Social de Crédito em 2020. A ideia é criar um ranking de crédito da população como forma de controlar o acesso ao crédito e aos recursos dos seus 1,3 bilhões de habitantes. O país já iniciou o projeto primeiramente selecionando alguns parceiros tais como Alibaba, Sesame Credit e China Rapid Finance, que conseguem através de suas plataformas, monitorar perfil de consumo da população e ajudar no planejamento de um sistema eficaz. O objetivo do governo chinês é garantir o sucesso na concessão de créditos, aumentar a credibilidade das instituições chinesas no cenário global, e reduzir o “Risco China”. Como forma de motivar a população a aceitar o novo sistema, o governo busca recompensar as pessoas com bom ranking de crédito. Por exemplo, pessoas com bom crédito terão acesso a melhores taxas na compra de um carro, terão acesso à internet com maior velocidade, ou até mesmo acesso a melhores restaurantes. O risco de um sistema como esse é que no longo prazo, pessoas com avaliação de crédito ruim poderão ser colocadas à margem da sociedade aumentando a desigualdade social no país.

 

O autor

Renato Barata Gomes

Renato Barata Gomes

Inovação, Tecnologia e Globalização

Sócio-diretor da UNQ Import Export. Engenheiro de Controle e Automação (PUCRS, Brasil). M.Sc. em Engenharia de Produção (Technische Universität Hamburg-Harburg, Alemanha). M.B.A. em Gestão Internacional de Tecnologia (Northern Institute of Technology, Alemanha). Experiência internacional de 6 anos na Alemanha, México e Estados Unidos, trabalhando na empresa ThyssenKrupp na área de projetos internacionais. Experiência gerencial na área de comércio exterior, desde 2006.Professor universitário na área de Marketing Internacional, desde 2006.

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