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CAPACITAR É PRECISO – ENTREVISTA COM DIOMÍCIO VIDAL

Por Joice Quadros

Na década de 1990, um grupo de empresários do setor da confecção de Criciúma e Região partiram para uma Missão Empresarial na Europa para ver o que estava acontecendo no Mundo. Diomício Vidal estava entre os empresários desta missão pioneira, que foi um marco na “virada” do setor na região. Até então, pouco se conhecia e se falava no setor, na região, sobre comércio exterior. Mas eram tempos de globalização da economia e os produtos chineses invadiam o mercado mundial. Ou os empresários locais entravam na onda da globalização, ou saíam do mercado. Os que ficaram estão consolidando suas marcas e atuam no comércio exterior ora importando matéria prima, ora exportando produtos acabados. Mas não foi tarefa fácil. As empresas precisaram mudar e o mercado precisou formar pessoas capacitadas para atuarem.

Diomício Vidal, Vice-Presidente da Regional Sul da FIESC.

OMDN: Como o senhor vê a questão da especialização da mão de obra para atuar no comércio exterior?

DV: De duas formas básicas. A primeira é que a empresa deve estar preparada, com produtos de qualidade e altos índices de produtividade para ser competitiva. Para isto, deve estar com seu corpo colaborativo altamente preparado. Uma empresa da região começou a se preparar a alguns anos,  exigindo ensino médio completo de seus profissionais. Quem não tinha, a empresa pagou. Quem não quis estudar, precisou sair. Quem ficou, hoje recebe salários acima da média. A empresa atingiu altos índices de produtividade e voltou-se para o mercado externo.

OMDN: E a outra?

DV: Esta é necessária, importante e a mais difícil. Para atuar com o Comércio Exterior, o profissional deve ser altamente capacitado. Para começar, precisa dominar , no mínimo, de dois a três idiomas. O Mercado Externo é muito competitivo tanto no produto, como no setor de vendas, com pessoas habilitadas e conhecimento sobre outras culturas. Precisam conhecer a sistemática de vendas. Além disso, exige trâmites burocráticos que só podem, e devem, ser atendidos por pessoas muito bem preparadas. Não é para qualquer um. É necessário uma mão de obra muito especializada.

OMDN: Como o senhor vê oportunidades para esta especialização na Região Sul?

DV: Temos aqui cursos de Comércio Exterior nas faculdades.

OMDN: O senhor acredita que é suficiente?

DV: Os cursos universitários formam a base, mas precisamos avançar mais e estou vendo até uma certa urgência na preparação de pessoas capacitadas para atuarem no mercado externo, em nossa região. Temos poucos cursos de especialização nesta área.

OMDN: Por que?

DV: O Porto de Imbituba é um potencial imenso e agora está recebendo navios da Ásia de rotas de longo curso. Esta região tem muito ainda a se desenvolver para o comércio exterior.

OMDN: A Fiesc ajuda as empresas que querem entrar no comércio exterior?

DV: Através do CIN (Centro Internacional de Negócios), a Fiesc oferece o suporte necessário para orientar as empresas que querem atuar no mercado externo. Mas é necessário pessoas capacitadas aqui para atender o dia a dia da empresa.

OMDN: Como está a Região Sul em relação ao mercado externo?

DV: O produto mais exportado na região está no setor alimentício, as aves, e o principal país comprador são os Estados Unidos. Em segundo vem o tabaco (fumo) exportado não manufaturado para a China, depois a cerâmica não vitrificada para o Japão, e o mel. Uma empresa de Araranguá produz sozinha 100 mil litros/mês e exporta 90% de sua produção.

OMDN: Qual o principal produto exportado e importado de Criciúma?

DV: Pisos e revestimentos cerâmicos lideram as exportações em Criciúma e o principal país comprador são os Estados Unidos. Já o produto líder importado em Criciúma são os polímeros, da China, e alumínio, da Colômbia, que são matérias primas para os setores químico e plástico.

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redação UNQ

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