Blog da UNQ

Santa Catarina Mais Perto das Exportações Brasileiras

Na última sexta-feira, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, FIESC, apresentou os dados formatados da balança comercial catarinense do mês de maio. Em geral, os números ilustram a dificuldade da economia que temos falado bastante aqui e aproximam um pouco mais Santa Catarina à realidade da média nacional.

Exportados

Mais uma vez, as expectativas de aumento das exportações, pelo novo patamar cambial, foram frustradas e o resultado trouxe uma redução de 3,6% em relação a abril. Enquanto em Santa Catarina tivemos este revés, na soma geral dos estados brasileiros, houve um aumento de 10,64% no valor exportado no mesmo período. Em maio, Santa Catarina foi responsável por 4,52% da exportações realizadas pelo Brasil. Em abril, este participação era de 5,2%, evidenciando uma diminuição proporcional das exportações catarinenses.

Dentre os produtos mais exportados por Santa Catarina estão o Frango e a Soja, esta última com desempenho de maior volume, representando 18% do total. Outro produto que merece destaque pelo crescimento é o Tabaco, o qual representa 6% do volume total e teve um aumento de praticamente 15,49%, se comparado com o mesmo período do ano passado.

Olhando os números, arrisco dizer que este mês de junho deve ser bem mais favorável para as exportações da região. Com o fim do embargo das carnes por África do Sul, Arábia Saudita, China e Iraque, o que deve aumentar o número de produto exportado, e o aumento do preço da soja na bolsa de Chicago, o que deve aumentar o valor exportado, os números prometem aumentos consideráveis. É o que todo catarinense espera.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

As Consequências de uma Administração (In)Adequada

Outro dia, comentávamos sobre a administração moderna, que se atualiza às novidades e atende as necessidades da forma mais rápida possível. Neste caminho, sabemos que administração pública tem uma necessidade ainda maior, já que muitas mudanças aconteceram na última década.

Ontem, o Google anunciou que vai investir 150 milhões de euros em jornalismo digital na Europa com o intuito de amenizar as cobranças feitas pela União Europeia. Uma decisão rápida para não perder este mercado influente. Há alguns anos, o mesmo Google decidiu não se adequar às exigências do Governo Chinês e acabou perdendo aquele mercado. Hoje, nenhuma ferramenta da empresa funciona naquele país. Ou seja, cada decisão, de mudança ou não, gera consequências no resultado obtido.

Ontem, também, tivemos a execução do brasileiro traficante na Indonésia. Sabido da ilegalidade do ato, ele arriscou sua vida ao infringir a lei do país, talvez, baseado na impunidade brasileira. Com certeza, dificilmente algum brasileiro repetirá o feito. Claro que, aqui, não é apologia à pena de morte, apenas a ratificação de que cada decisão tem sua consequência. Tanto a decisão do brasileiro quanto a decisão do governo da Indonésia pela execução.

Em contraponto, ontem, tivemos na nossa região o velório da Dra. Mirella Peruchi, assassinada covardemente por um meliante de 17 anos. Não há dúvidas sobre a grande pessoa que foi, a imensa falta que fará e sobre o tamanho dos seus valores. Estes mesmos valores que hoje se contrapõem aos valores da nossa administração pública e se transformam em símbolo de mudança. Mudanças de uma administração moderna com soluções inteligentes, ágeis, baseadas nas necessidades do cidadão e não no interesse particular.

Hoje, a economia se mistura à polícia, pois as consequências das decisões refletem em todos os aspectos da vida. Que Deus segure firme na mão da Mirela e dos seus familiares e nos dê sabedoria para entender os acontecimentos e principalmente reivindicar as mudanças necessárias na administração da nossa cidade, nosso estado e nosso país. Tem muita coisa errada…muitos valores de ponta-cabeça.

Por ora era isso! Um grande abraço!

Marcelo Raupp

 

Eficácia Administrativa – Eles querem nos enganar

Por que a China é esta potência de crescimento? Claro que isso não é uma resposta simples, já que alguns fatores estão envolvidos. Mas um grande motivo de a China ter crescimentos impressionantes é a eficácia administrativa. A administração atual precisa mudar com a evolução da tecnologia, a evolução cultural. A China, e algumas nações desenvolvidas, conseguem fazer isso rapidamente. Outras têm grandes dificuldades de mudança, o que afeta os resultados de sua administração.

sindicato

Infelizmente, é isso que vimos aqui no Brasil. Um dificuldade de acompanhar a evolução das coisas. Dificuldade no desenvolvimento em infraestrutura (quanto exemplos temos a respeito como a BR e o nosso famigerado aeroporto de Jaguaruna). Dificuldade também em adaptar a legislação como, por exemplo, da maioridade penal. São diferentes intervenções por interesses particulares (e não interesses de um todo) que atrasam a evolução do país. Infelizmente, vivemos em uma falsa democracia, com uma gestão baseada em interesses particulares.

Outro exemplo atual da ineficácia administrativa brasileira é o projeto de lei que busca a possibilidade de terceirização das atividades fim, o qual estamos discutindo há dez anos e que já deveria estar acontecendo há tempos, pela necessidade de preencher essas lacunas organizacionais de leis ultrapassadas. A terceirização não é prejudicial aos trabalhadores. Muito pelo contrário, é um caminho para melhorar as condições das empresas para oferecer melhores opções e condições de trabalhos. Mas, mais uma vez, penamos pelos interesses particulares, calçados pela preocupação dos sindicatos de perderem o poder que possuem hoje.

Fico imaginando um mundo sem fronteiras quaisquer, onde as empresas internacionais, com suas legislações atuantes, concorressem diretamente com as empresas brasileiras. Quem o leitor acha que seria mais competitivo e teria os trabalhadores com melhores condições? Uma empresa com uma administração moderna, com melhores condições de adaptação a realidade e opções de trabalho melhores (inclusive a da terceirização das atividades fim) ou uma empresa embutida em uma gestão ultrapassada, presa às condições laborais antigas, sem competitividade?

Precisamos parar de usar a falsa e enganadora justificativa de que a China é uma potência pela escravidão trabalhista. Escravidão é essa que vivemos, onde cada mudança para melhor é quase uma guerra civil. A China é potência por sua eficácia administrativa e por uma democracia que é muito mais real do que a nossa.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Projeções cambiais são como a loteria esportiva

Contrariando as expectativas, na sexta-feira, o governo americano anunciou dados mais fracos sobre o número de empregos gerados durante o ano. Essa informação foi recebida de forma muito negativa pelo mercado, motivando uma reação especulativa sobre a postergação do aumento dos juros locais, desvalorizando assim a moeda americana. Por isso, devido ao feriado de Páscoa, nesta segunda-feira, o dólar recuou, fechando em R$3,12, depois de ser cotado a R$3,08 durante o dia.

As projeções de alguns economistas consultados pelo Banco Central aumentam o dólar para o final do ano, apostando num patamar de R$3,25. O valor da consulta anterior era de R$3,20. Claro que temos motivos para crer na incapacidade do governo de gerenciar a crise política e o ajuste fiscal, e isso produz uma expectativa de desvalorização do real.

Zebrinha da Loteria Esportiva

O problema de trabalhar com previsões, no entanto, é que a dinâmica mundial pode traçar surpresas a cada momento. Cada passo dado e cada informação recebida influenciam nas cotações das moedas, tanto pela transferência de investimentos como pelo alto poder especulativo. Fazendo uma analogia com a loteria esportiva, as projeções cambiais acabam sendo como apostas nos times favoritos, quando o risco de alguma zebra acontecer é muito significativo.

A possibilidade de acerto nestas projeções é a mesma que a da loteria, já que nem tudo acontece como esperado. É, além de tudo, irresponsável prever uma taxa cambial assim, já que muitas empresas se apoiam nesta expectativa para tomarem suas decisões. As próprias projeções vem mudando com muita frequência. É como jogar na loteria e alterar o palpite ao longo da partida.

Por isso, quando uma empresa pretende entrar para o mundo dos negócios, precisa contar com um planejamento bem detalhado e com a participação de uma empresa especializada para fazer os planos acontecerem e se adequarem à dinâmica do mercado.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Vale um Chá Chinês

Mesmo que a impressão do final do mês tenha sido de queda, afinal o dólar fechou o dia ontem a R$3,19, a realidade mostra um aumento de 11,7% no acumulado do mês, o maior desde setembro de 2011. Além da valorização mundial da moeda americana, alguns fatores internos têm influenciado nesse panorama cambial.

As tentativas de viabilizar as medidas de corte de gastos públicos, o aumento de alguns tributos e o fim de cortes de outros tributos buscam formas de recuperar a economia e é o que têm sido chamado de ajuste fiscal. Os desentendimentos entre o governo e os parlamentares para chegar a um entendimento sobre este tema, dentro dessa crise política, é o que tem feito o câmbio oscilar também, efeito da interpretação do mercado sobre os acontecimentos.

Quando o mercado entende que os acordos de ajuste estão mais distantes e o risco de investir no Brasil é maior, o dólar aumenta. Quando as expectativas são de aproximação, como aconteceu ontem com a participação do ministro da fazenda, Joaquim Levy, em audiência no Senado, o dólar recua. Isso reduz um pouco a insegurança do mercado e afeta positivamente.

Hoje, teremos o primeiro dia sem as intervenções do Banco Central no mercado, que vem acontecendo desde 2013. Durante este tempo, foram negociados contratos em dólar no mercado futuro com o objetivo de aumentar a oferta e controlar o aumento da moeda americana. A expectativa, por isso, é que o dólar durante o mês alcance seu patamar real diante do nosso real. Eu aposto um chá chinês neste aumento!

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br