Blog da UNQ

Planejamento logístico pra quê?

O problema de demanda interna, o qual temos falado bastante, tem trazido problemas também às perspectivas de desenvolvimento logístico, já que a desconfiança de consumo afasta as empreiteiras do interesse de investir em infraestrutura por não terem o retorno de investimento garantido. E o governo, com dificuldades de implantar o ajuste fiscal, não está disposto a comprometer bilhões de reais para garantir um plano eficaz de melhorias.

anel_rodoviario_de_bh

Em termos práticos, as empresas brasileiras perdem em alguns aspectos com a deficiência logística. Cada tipo de transporte apresenta uma condição melhor dependendo do tipo de produto, o tempo que precisa levar, a segurança em termos de roubos e quebras e o custo o qual o mesmo proporciona. O transporte marítimo, por exemplo, ao mesmo tempo que é o mais barato é o mais lento. E cada tipo de transporte tem suas características neste sentido.

Quando as empresas podem escolher o modelo mais adequado, elas podem usar a logística de forma estratégica, ganhando competitividade. Se não há opções, as empresas precisam se adequar ao modal disponível, perdendo em competitividade na concorrência global. É o que acontece no Brasil com a dependência no transporte rodoviário.

Mesmo com as condições naturais propícias, o país sofre com a falta de planejamento logístico, inibe o crescimento e impõe mais um desafio ao empresário brasileiro na busca por sustentabilidade de mercado.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Dilma no País das Maravilhas

Há menos de um mês, a presidente Dilma fazia um pronunciamento em rede nacional tentando amenizar as reações de descontentamento e a falta de credibilidade sobre o seu governo. Dentre outras coisas, disse que o Brasil não passava por grandes problemas econômicos e que a crise internacional era responsável pelas circunstâncias, tomando como exemplo a economia dos Estados Unidos.

dilma-640x479

O tempo, no entanto, vem desmentindo a presidente e, na sexta feira, dois anúncios ratificaram isso. O primeiro foi a apresentação do IBGE sobre crescimento de apenas 0,1% da economia brasileira em 2014 (a previsão do mercado para 2015 é de -1,0%) e a confirmação pelo ministro da fazenda, Joaquim Levy, de que não foi surpresa essa significativa desaceleração.

O segundo foram os novos sinais de força da economia americana. O setor de serviço expandiu em março ao ritmo mais acelerado desde setembro e pesquisas preliminares também mostram recuperação na atividade das fábricas. Ou seja, há problemas na economia brasileira, sim, que não podem ser justificados na economia americana, diferente do que a presidente argumentou.

Essas informações, contraditórias àquelas da presidente, afetam em aspectos diretos na economia brasileira e a valorização do dólar diante a moeda brasileira é inexorável. E o principal de tudo isso é a dificuldade generalizada de resgatar a confiança de uma líder de governo que parece estar alheia à realidade do mundo dos negócios ou simplesmente subestima a inteligência e a capacidade de discernimento de nós brasileiros.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

O que é a crise de demanda e o que fazer para enfrentá-la?

Nos últimos meses, temos sentido bastante o problema de demanda que sofre o país. Este problema de demanda nada mais é do que a diminuição do poder de consumo do brasileiro, ou seja, o trabalhador brasileiro tem menor condição de compra, o que gera naturalmente a redução do potencial de vendas das empresas, e isso causa os problemas econômicos que temos visto.

Os principais motivos dessa diminuição de potencial de consumo são 1) o aumento dos juros, que deixam o acesso ao crédito mais caro, 2) o aumento da taxa de desemprego, que reduz a renda média da população, e 3) o aumento dos preços dos bens chamados insubstituíveis, aqueles que não podemos deixar de consumir como energia e transporte, e que limita a compra de outros bens. Ou seja, tendo que pagar mais por essas coisas que somos obrigados, sobra menos para outras coisas que poderíamos consumir.

Esses são os principais motivos da redução de demanda e acabam sendo também consequências, já que há uma tendência de inércia como uma bola de neve. A população consome menos, as empresas vendem menos e ficam em dificuldade. Como consequência, geram menos empregos, o que reduz ainda mais o poder de compra. E assim sucessivamente.

Não adianta brigar com o mercado, insistindo em hábitos que funcionaram no passado, mas não funcionam mais. O mercado consumidor deve ser aliado e não oponente. O que as empresas precisam fazer é buscar alternativas competitivas nos detalhes, adequando-se à realidade. Contar com parceiros especializados que possam buscar opções de importação e exportação favoráveis, fazendo o diferencial, é um caminho importante, já que em meio as atribulações não existe espaço para empresas comuns.

No final das contas, com essa crise de demanda, somente as empresas profissionalizadas é que se destacarão no mundo dos negócios.

Por hoje era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

É viável importar com o dólar alto?

Com este primeiro post, começamos este espaço sobre o mundo dos negócios. A ideia é debater conceitos e informações atuais para entender como as coisas que acontecem no mundo podem influenciar o nosso dia a dia.

Como, por exemplo, entender o porquê das variações cambiais e como isso pode ensejar caminhos diferentes na busca por vantagem competitiva. E, no final de tudo, entendendo as particularidades dos negócios no mundo, podermos estimular oportunidades de melhorias para os nossos negócios.

Muita gente me pergunta se, com a alta do dólar, as importações se tornaram inviáveis. A minha resposta categórica é “não”. É fato que o custo dos produtos importados aumentou, mas proporcionalmente os produtos nacionais também.

A primeira alternativa é aperfeiçoar o processo de importação atual para aumentar os ganhos da compra internacional. Outra alternativa é buscar agregar valor ao produto importado para aumentar a percepção de valor do cliente. Assim, as vantagens não se limitam ao custo do produto, mas também na diferenciação do mesmo. Para ambas alternativas, a participação de uma assessoria especializada é fundamental.

Dentro dessa ideia de diferenciação, uma empresa brasileira apresentou na semana passada uma cerveja importada da Bélgica feita com flocos de ouro. A cerveja custará R$230,00 e atenderá um nicho especial de festas, sendo potencial substituto de champanhe. Para termos uma noção maior do valor do produto, cada gole custará em torno de R$5,00, o preço médio de uma cerveja comum. Claro que é um caso especial e podemos ser mais sutis nos nossos negócios. Mas com certeza, exemplifica como podemos trabalhar nos detalhes para poder tirar vantagem competitiva das importações.

Por hoje era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br