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Como se preparar para desenvolver grandes clientes internacionais

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Já abordamos em colunas anteriores o tema internacionalização de empresas brasileiras. Em momentos de crise, muitas organizações em nosso país buscam como saída a expansão de seus negócios através da abertura de grandes clientes em mercados desenvolvidos, tais como América do Norte e a Europa Ocidental. Entretanto, poucas são as empresas que conseguem ter êxito pois, além de a concorrência ser muito grande, as exigências deste tipo de clientes normalmente são muito altas. Muitas empresas brasileiras não conseguem se adaptar a estas exigências e acabam no meio do caminho.

Grandes contas buscam o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia de suprimentos

Estamos auxiliando um cliente no desenvolvimento de uma grande conta no Reino Unido. Esta cadeia de lojas britânica entende que a valorização de sua marca passa não somente pelo controle de seus processos internos, mas também pela otimização de toda a sua cadeia de suprimentos. Desta forma, na seleção de seus fornecedores, ela não está somente preocupada com o produto e o preço dos seus fornecedores. A empresa também exige que os mesmos ofereçam boas condições de trabalho aos seus colaboradores, exige que os fornecedores desenvolvam bons padrões de sustentabilidade e exige também a implantação de padrões éticos.

Isso significa que não adianta um fornecedor brasileiro produzir com boa qualidade às custas de horas-extras diárias de seus colaboradores na fabricação destes produtos. Não adianta o produto ser inovador, mas os colaboradores da fábrica estarem expostos a condições de trabalho perigosas. Não adianta a empresa ter baixo custo, mas não ter um sistema de controle de poluição fabril. Não adianta o fornecedor ser líder em seu segmento, mas estar envolvido em esquemas de corrupção.

A internacionalização demanda adaptação em todos os processos organizacionais

Na prática, empresas brasileiras que queiram atender grandes contas mundiais deverão, além de garantir um produto bom e barato, investir continuamente na melhoria dos seus processos internos e de seus fornecedores, respeitar a legislação, criar sistemas de qualidade que garantam que garantam também o cumprimento das normas ambientais.

Muitas empresas percebem que, após superar os desafios de adaptação no desenvolvimento de um grande cliente no exterior, o resultado final é a geração de um círculo proativo e sistêmico em toda a cadeia, melhorando não somente as empresas individualmente, mas todo o meio em que elas estão inseridas. Assim, a cadeia produtiva internacional trabalha para, além de gerar riquezas em nível global, gerar um mundo com políticas mais sustentáveis e com melhores condições laborais.

Para saber como internacionalizar sua empresa, entre em contato com a UNQ Import Export.

Texto: Renato Barata Gomes, diretor da UNQ Import Export. Originalmente publicado no jornal A Tribuna, de 11/01/2017. 

4 vantagens de realizar comércio com o Mercosul

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 Muito se discute sobre a real importância do Mercosul para os negócios internacionais de empresas brasileiras. O Mercosul é um acordo de integração econômica iniciado em 1991. Atualmente, o bloco é composto pelos chamados Estados Parte e Estados Associados. Os Estados Parte são Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela, e a Bolívia que se encontra em processo de adesão. Os Estados Associados são Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. Os principais objetivos do Mercosul são:

  • Livre circulação de bens, serviços, por meio da redução das barreiras;
  • Harmonia comercial através de uma classificação tarifária padronizada;
  • Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes;
  • Fortalecer continuamente o processo de integração do bloco.

Para se ter uma ideia, estima-se que o comércio dentro do Mercosul se multiplicou por mais de 12 vezes em duas décadas. Mais de 80% das exportações brasileiras para o bloco é composta de produtos industrializados, quebrando o paradigma de que o Brasil é somente exportador de matéria-prima. Nesta coluna, cito 4 vantagens de realizar comércio com o Mercosul:

1 – Redução de impostos na comercialização entre membros do Mercosul

De forma prática, no dia a dia das empresas brasileiras, o maior benefício para nossas empresas que exportam para Estados Parte e Associados do Mercosul, é que os produtos fabricados no Brasil podem entrar nos países parte e nos países associados sem a incidência de um imposto chamado de imposto de importação. O imposto de importação, para se ter uma ideia, pode variar de 2% até 35% em importações formais.

2 – Menores distâncias reduzem o tempo de entrega e o custo de estoque

Como os países do Mercosul possuem proximidade geográfica, as distâncias percorridas no transporte de mercadorias são menores. Assim, o planejamento de reposição de estoque fica mais simples e mais barato, pois o estoque de segurança pode ser menor do que quando se importa da Ásia e Europa, por exemplo.

3 – Desenvolvimento de linhas de financiamento para comércio no Mercosul

Acordos entre bancos de desenvolvimento de Estados Partes e Associados, visam a criação de linhas de crédito específicos para empresas que comercializem produtos dentro do bloco, fortalecendo a integração econômica do mesmo.

4 – Desburocratização e agilidade nos processos de importação e exportação

Busca constante de desburocratização e maior agilidade no comércio internacional entre os países do Mercosul. Um exemplo é um projeto que visa validar as assinaturas digitais nos certificados de origem digitais em transações comerciais entre Estados Parte, simplificando assim seus procedimentos comerciais.

É importante que as empresas conheçam as vantagens inerentes ao comércio exterior e as trabalhem de forma a criar alternativas para expansão comercial, principalmente nestes momentos difíceis de crise.

Para saber mais, entre em contato com a UNQ Import Export e descubra como sua empresa pode se beneficiar do comércio exterior.

Coluna originalmente publicada no Jornal A Tribuna, Criciúma, 30/11/2016

Mito ou verdade: Produtos chineses são baratos porque tem qualidade inferior.

O Comércio Exterior é uma área ampla e com muitas particularidades que nem todo o profissional atuante neste segmento tem expertise para lidar. Por isso, muitos são os casos de insucesso contados sobre importação e exportações. Com o intuito de esclarecer as dúvidas mais comuns dos empresários e empreendedores, preparamos uma série especial: “Mitos e Verdades sobre Comércio Exterior”. Confira o segundo:

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MITO! 

Boa parte deste conceito de que a China vende apenas produtos baratos e de má qualidade vem da falta de informação. De fato, há cerca de 20 anos, o boom dos produtos chineses no mundo trouxe produtos realmente ruins para o mercado internacional. Mas a questão estava mais baseada na diferença de cultura, na falta de conhecimento e na pouca experiência dos chineses em negociar com compradores externos. Com o tempo, o país percebeu que necessitava se adequar: aprimorou as leis trabalhistas, modernizou fábricas, assinou acordos comerciais e aprendeu a atender o comércio mundial com produtos e serviço de qualidade.

Isso quer dizer que, hoje, 100% das mercadorias chinesas são de qualidade? Não. Assim como em qualquer outro lugar, a China oferece baixa e alta qualidade. E somente com uma pesquisa acertada e o auxílio de profissionais com experiência sua empresa pode encontrar o tão desejado produto perfeito: que seja bom, bonito e barato.

Cultura organizacional em empresas internacionais

Texto originalmente publicado no jornal A Tribuna, 20/9/2016, Criciúma-SC.

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Ao iniciar operações de comércio exterior, organizações deparam-se com um choque cultural, pois os processos no comércio internacional são distintos do comércio nacional, gerando uma necessidade de adaptação, planejamento e automaticamente capacitação da mão-de-obra. Essa mudança comportamental dentro das empresas leva a criação de uma cultura organizacional internacionalizada.

Fatores que impactam no desenvolvimento da cultura organizacional

Alguns aspectos que diferenciam o comércio exterior do comércio doméstico promovem mudanças de postura dos colaboradores e de processos. Dentre alguns fatores importantes podemos citar:

Operações internacionais têm normalmente prazos mais longos: maiores prazos requerem um planejamento de maior longo-prazo e acaba promovendo uma melhoria na gestão estratégica das empresas envolvidas em negócios internacionais.

A gestão do tempo requer estar sempre monitorando o fuso horário internacional: a diferença de fuso horário entre países, faz toda a diferença no dia a dia de empresas que operam com o comércio exterior. Alguns países da Ásia chegam a ter diferença de até 11 horas com relação ao horário de Brasília. Na Europa as diferenças podem chegar a 5 horas. A definição de prioridades nas atividades deve sempre levar em conta a diferença de fuso, evitando perda de tempo nas negociações.

A legislação brasileira difere da legislação no exterior: é fundamental entender a legislação e as normas no exterior e verificar se há necessidade de possíveis adaptações na empresa brasileira. Isto acaba gerando uma dinâmica de monitoramento contínuo das leis e normas internacionais com o intuito de evitar problemas legais e operacionais.

Cada país oferece barreiras e subsídios distintos aos importadores e exportadores: muitas empresas deixam de utilizar subsídios do governo perdendo a oportunidade de se tornarem mais competitivos no mercado global. Em contrapartida, muitas empresas não consideram despesas específicas do comércio exterior e acabam tendo surpresas quando o custo final fica bem maior do que o planejado.

Importante entender que existem diferenças culturais nos diferentes países: a experiência internacional dos colaboradores envolvidos é um grande ativo, pois o tempo no exterior facilita a aceitação das diferenças culturais e quebra a generalização de estereótipos. A vivência internacional é gerada quando os colaboradores têm algum tipo de exposição internacional, seja indo para o exterior ou tendo contato com estrangeiros aqui no Brasil. Por isso, a importância dos intercâmbios culturais no exterior e os estágios de estrangeiros no Brasil.

Cultura de empresas com profissionais bilíngue ou multilíngue: A integração cultural acaba promovendo a capacitação de idiomas estrangeiro, pois o contato com pessoas que falam idiomas diferentes do português, promove o aprendizado de idiomas estrangeiros, essencial para qualquer empresa que busca participar ativamente do mercado internacional.