Blog da UNQ

As Dificuldades na Relação com os Hermanos

Nas últimas entrevistas, temos visto a presidente assumir que a crise existe, embora ainda tente contemporizar sobre o tamanho dela. Os caminhos seguidos para aproximar o Brasil aos países e estimular os negócios internacionais tem sido um caminho que pode oferecer muitas oportunidades para as empresas brasileiras. A última viagem à União Europeia teve este intuito, mas o maior resultado foi o aumento entre as diferenças com o país hermano, a Argentina.

A Argentina passa por uma crise econômica e política muito acentuada e suas intenções de preservar as ideologias do país têm dificultado as negociações do Mercosul com a União Europeia, segurando o desenvolvimento das tratativas de abertura comercial entre os blocos. Como um dos tripés das soluções encontradas pelo governo é a aproximação com países para estimular o comércio internacional, a Argentina tem sido a âncora em alguns momentos.

Em março, o Brasil suspendeu a importação de maçãs da Argentina devido a uma doença encontrada por agentes sanitários. Embora o governo argentino já tenha apresentado as soluções, o governo brasileiro anunciou que só vai liberar a importação novamente quando a Argentina anunciar o fim do embargo às carnes brasileiras. Mesmo que não seja um grande consumidor, isso é fundamental para a imagem da carne brasileira no mundo. Além dessas dificuldades particulares, há algum tempo, também temos visto imposições de barreiras alfandegárias, como as licenças de importação com longo tempo para aprovação, que limitam os objetivos do livre comércio e do bom relacionamento.

Essas dificuldades na relação ilustram os problemas enfrentados pelos dois países, a qual pode seguir para outras áreas também como, por exemplo, a automotiva, caso os conflitos não sejam tratados da melhor maneira.  Pela situação econômica de ambos, compartilhar o alimento, neste caso, não é necessariamente comer à mesma mesa. Aqui, não importa muito se Maradona es mas grande que Pelé e dirigir (ou digerir?!) na mesma direção sem dúvida parece a decisão mais sensata de momento.

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Santa Catarina Mais Perto das Exportações Brasileiras

Na última sexta-feira, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, FIESC, apresentou os dados formatados da balança comercial catarinense do mês de maio. Em geral, os números ilustram a dificuldade da economia que temos falado bastante aqui e aproximam um pouco mais Santa Catarina à realidade da média nacional.

Exportados

Mais uma vez, as expectativas de aumento das exportações, pelo novo patamar cambial, foram frustradas e o resultado trouxe uma redução de 3,6% em relação a abril. Enquanto em Santa Catarina tivemos este revés, na soma geral dos estados brasileiros, houve um aumento de 10,64% no valor exportado no mesmo período. Em maio, Santa Catarina foi responsável por 4,52% da exportações realizadas pelo Brasil. Em abril, este participação era de 5,2%, evidenciando uma diminuição proporcional das exportações catarinenses.

Dentre os produtos mais exportados por Santa Catarina estão o Frango e a Soja, esta última com desempenho de maior volume, representando 18% do total. Outro produto que merece destaque pelo crescimento é o Tabaco, o qual representa 6% do volume total e teve um aumento de praticamente 15,49%, se comparado com o mesmo período do ano passado.

Olhando os números, arrisco dizer que este mês de junho deve ser bem mais favorável para as exportações da região. Com o fim do embargo das carnes por África do Sul, Arábia Saudita, China e Iraque, o que deve aumentar o número de produto exportado, e o aumento do preço da soja na bolsa de Chicago, o que deve aumentar o valor exportado, os números prometem aumentos consideráveis. É o que todo catarinense espera.

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Pouca Soja e Muito Câmbio

Com este dólar mais alto, alguns mercados têm demonstrado características interessantes. Para Santa Catarina, a soja é um produto importante e tem ganhado nas exportações com este aumento. Em reais, a soja superou produtos como motores e tabacos, ficando atrás apenas do frango nas exportações de Santa Catarina em 2015 com mais de USD227 milhões (até abril).

Mesmo com um preço internacional em queda, o aumento do dólar tem compensado e elevado os resultados das exportações. Desde 2012, o preço da soja na bolsa caiu quase 50%. Na outra ponta, o dólar valorizou mais de 60% no mesmo período. Ou seja, o produtor não tem vendido bem a soja, mas tem vendido bem o câmbio. Em geral, estima-se a perda de R$10,00/saca com a queda do preço e o ganho R$20,00/saca pela alta do dólar, o que faz a arrecadação da commodity ter valores representativos nos negócios do estado. No Brasil, para se ter uma ideia, 2015 é o ano que menos se vendeu em dólares. Entretanto, é o ano que mais se arrecadou em reais desde 2011. Resultados da queda do preço da soja e do aumento do dólar.

Soja

Um fator negativo, que é pauta periódica, é o problema logístico que tira a competitividade do exportador de soja brasileiro. Conforme a Confederação Nacional de Transportes (CNT), são necessários R$195 bilhões em 250 projetos para que haja uma adequação eficaz em todos os modais. Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa o 122º lugar em rodovias, que o nosso principal meio de transporte. A CNT ainda afirma que há uma perda anual de quatro milhões de toneladas de soja pela má qualidade do pavimento das rodovias.  Aqueles grãozinhos que caem no parabrisa do seu carro, caro leitor, representam parte desta perda. E, nesse caso, é de grão em grão, que a galinha tem esvaziado o papo.

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

É possível exportar para a China?

Quando se fala em China, pensamos imediatamente nos produtos que podemos encontrar lá para importar. A condição de produção, a disciplina chinesa e a própria condição desvalorizada da moeda nos levam a pensar na China como fonte de suprimento.

Entretanto, se pensarmos pelo outro lado, também podemos encontrar um mercado consumidor cheio de anseios por produtos brasileiros. Afinal, é um mercado com 1,4 bilhões de pessoas se abrindo para a cultura ocidental, cheio de curiosidades sobre novos produtos.

Nesta linha de pensamento, uma grife mineira tem apostado na exportação de biquínis brasileiros diferenciados. Como este produto traz todo o requinte natural da sensualidade da mulher brasileira, além dos mercados europeus e americanos, a marca tem exportado para a China, que atualmente consome 8% da sua produção total.

Buscar ideias assim, com o carimbo do que temos de sucesso por aqui, pode ser uma grande passo para o mundo dos negócios. O importante, nestes casos, é criar parcerias locais e certificar que o produto não será copiado e produzido lá sem o devido glamour oferecido.

Um outro exemplo, é de uma grife mineira de lingerie, a qual tem buscado diferenciar seus produtos para alcançar também o mercado exterior, colocando GPS e diamantes em sutiãs e calcinhas. Além das joias, que elevam o produto em alguns casos a R$100 mil, o GPS dá uma segurança maior sobre a localização da lingerie e principalmente da mulher que estará usando. Uma tranquilidade global para o maridão.

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

A Típica Burrocracia

Ontem, o ministro da fazenda anunciou que a redução dos trâmites burocráticos para importação e exportação entra no rol das reformas para elevar a competitividade do Brasil e aumentar o crescimento da economia. Oh, glória! Mesmo que seja apenas uma ideia, percebe-se uma sensibilidade com relação a este assunto tão importante!

Um dos estudos do especialista Paulo Correa mostra que o exportador brasileiro, em alguns casos, precisa preencher o CNPJ em 17 documentos diferentes e a descrição da mercadoria em 13, exemplificando uma burocracia desnecessária que custa caro.

O estudo mostra que essa redução de tempo pode gerar 22% de economia na importação e 18% na exportação, o que promove uma condição mais justa para as empresas brasileiras ganharem condições de mercado no mundo dos negócios. Infelizmente, hoje ainda penamos com esse excesso de burocracia desnecessária que, muitas vezes, inviabiliza negócios promissores. Ou seria uma burrocracia?

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br