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Sinais da Globalização – Barril de petróleo influencia frigoríficos brasileiros

Os frigoríficos brasileiros têm encontrado nos últimos meses uma grande dificuldade de manutenção e desenvolvimento de mercado. Os seus lucros despencaram e o nú0mero de abates também caíram bastante. Dentre os motivos estão 1) a redução do número de pessoas comprando carne; 2) a baixa dos preços; e 3) e a redução de exportação para os países de grande histórico de consumo, os quais a gente explica abaixo.

Crise Frigoríficos

Buscando recuperar uma demanda que vem optando por frango desde o ano passado, os preços da oferta de gado têm sido reduzido. O problema é que essa redução não tem chegado ao consumidor final, o qual tem encontrado os preços ainda mais altos nos supermercados. Com isso, mesmo com a redução dos preços por parte dos frigoríficos, o consumidor continua optando por outro tipo de carne mais em conta como a de frango.

Para suprir essa carência da demanda interna, apostou-se muito em uma melhor   rentabilidade das exportações, já que o dólar mais alto oferece uma maior liquidez nos negócios feitos. Entretanto, as consequências geradas pela queda dos preços do barril do petróleo atingiram dois países importadores de carne brasileira. Ou seja, com menor rentabilidade na exportação do petróleo, Rússia e Venezuela reduziram em 65% e 48% suas compras, respectivamente. E, ironicamente, na intensidade deste mundo globalizado, vemos o preço do petróleo influenciar diretamente na salubridade financeira dos frigoríficos brasileiros. Algo que não poderíamos imaginar sem essa convergência de mundos diferentes.

O líder das importações de carnes brasileiras é Hong Kong, que até elevou seu numero de compras, mas não o suficiente para compensar a perda dos outros países. E essa condição difícil em que se encontram os frigoríficos brasileiros acaba sendo a porta ideal para a abertura do mercado para investidores chineses, os quais estudam há tempos a compra de frigoríficos brasileiros de médio porte para assim poder garantir o seu crescente consumo de carnes. Este é o mundo dos negócios!

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

O Câmbio e Possibilidades de Exportação para a China

Já estamos em São Paulo depois de uma longa viagem da China. Foram aproximadamente 21 horas de vôo até aqui e o fuso horário ainda tem confundido um pouco. Eu diria que ainda estou um pouco “con fuso”.

Com a previsão de uma taxa média do dólar em torno dos R$3,00 para o ano, exportar para a China pode ser uma alternativa interessante. São 2,3 bilhões de consumidores potenciais e encontrar um produto interessante para atender esta demanda pode ser um desafio recompensador. Para termos uma ideia, em 2014, os chineses compraram 420 milhões de smartphones, é como se praticamente todos os Brasileiros tivessem comprado 2 cada um. Uma ideia interessante é entrar com produtos de alimentos, onde a China não é tradicional produtor e ainda não tem a cultura bem desenvolvida. Como os cafés especiais, por exemplo. O pioneirismo poderia produzir grandes frutos com o crescimento do interesse por este tipo de consumo.

E por falar em dólar, ontem, tivemos a segunda queda seguida e a taxa fechou em R$3,12, seguindo a tendência mundial de desvalorização da moeda americana. O anúncio do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre o cumprimento dos contratos cambiais que estão vencendo, também tiveram efeito positivo no mercado.

O Banco Central também anunciou no final do dia que interromperá as intervenções diárias no mercado cambial em 31 de março, o que levará a moeda brasileira ao seu real valor. Com essa redução de oferta de dólar no mercado, é possível que em Abril a moeda americana volte a subir. As ações do Governo, como o ajuste fiscal, para manter a credibilidade no exterior, serão fundamentais para um equilíbrio neste sentido.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

Entendendo os negócios em Dubai

Nada melhor do que falar sobre o mundo dos negócios estando inserido na cultura internacional. E este post vem direto de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

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Há poucas décadas, Dubai era um povoado pesqueiro (acima foto de 1930 tirada no Museu em Dubai), mas com o aprimoramento do turismo, comércio e serviços profissionais se transformou em um centro global de transporte e, em 2014, Dubai foi a quinta cidade do mundo com maior crescimento econômico.

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As importações e exportações dos Emirados Árabes são bem características. Em torno de 70% das suas exportações são combustíveis, haja vista a abundância de petróleo na região. Já as importações se baseiam em ouro e joias com 40%, já que há uma riqueza muito concentrada nos Sheikhs que são grandes apreciadores e consumidores, e 30% de máquinas mecânicas e elétricas, já que o país não domina a tecnologia. Além disso, são grandes compradores de produtos de subsistência por não serem produtores. Esse maior relacionamento, tanto de compra como de venda acontece principalmente com os países vizinhos como Japão, Índia e China.

Motivada também pela queda do preço do barril do petróleo, sua balança comercial é negativa, já que as importações superam as exportações. Seu PIB acaba sendo complementado pela capacidade de serviços que possui sobre os quais falamos anteriormente. As oportunidades de negócios com o Brasil são um pouco limitas devido a alguns aspectos. Mas, sobre isso, falaremos mais pra frente.

Por hoje era isso. Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

O que é a crise de demanda e o que fazer para enfrentá-la?

Nos últimos meses, temos sentido bastante o problema de demanda que sofre o país. Este problema de demanda nada mais é do que a diminuição do poder de consumo do brasileiro, ou seja, o trabalhador brasileiro tem menor condição de compra, o que gera naturalmente a redução do potencial de vendas das empresas, e isso causa os problemas econômicos que temos visto.

Os principais motivos dessa diminuição de potencial de consumo são 1) o aumento dos juros, que deixam o acesso ao crédito mais caro, 2) o aumento da taxa de desemprego, que reduz a renda média da população, e 3) o aumento dos preços dos bens chamados insubstituíveis, aqueles que não podemos deixar de consumir como energia e transporte, e que limita a compra de outros bens. Ou seja, tendo que pagar mais por essas coisas que somos obrigados, sobra menos para outras coisas que poderíamos consumir.

Esses são os principais motivos da redução de demanda e acabam sendo também consequências, já que há uma tendência de inércia como uma bola de neve. A população consome menos, as empresas vendem menos e ficam em dificuldade. Como consequência, geram menos empregos, o que reduz ainda mais o poder de compra. E assim sucessivamente.

Não adianta brigar com o mercado, insistindo em hábitos que funcionaram no passado, mas não funcionam mais. O mercado consumidor deve ser aliado e não oponente. O que as empresas precisam fazer é buscar alternativas competitivas nos detalhes, adequando-se à realidade. Contar com parceiros especializados que possam buscar opções de importação e exportação favoráveis, fazendo o diferencial, é um caminho importante, já que em meio as atribulações não existe espaço para empresas comuns.

No final das contas, com essa crise de demanda, somente as empresas profissionalizadas é que se destacarão no mundo dos negócios.

Por hoje era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br