Blog da UNQ

Planejamento logístico pra quê?

O problema de demanda interna, o qual temos falado bastante, tem trazido problemas também às perspectivas de desenvolvimento logístico, já que a desconfiança de consumo afasta as empreiteiras do interesse de investir em infraestrutura por não terem o retorno de investimento garantido. E o governo, com dificuldades de implantar o ajuste fiscal, não está disposto a comprometer bilhões de reais para garantir um plano eficaz de melhorias.

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Em termos práticos, as empresas brasileiras perdem em alguns aspectos com a deficiência logística. Cada tipo de transporte apresenta uma condição melhor dependendo do tipo de produto, o tempo que precisa levar, a segurança em termos de roubos e quebras e o custo o qual o mesmo proporciona. O transporte marítimo, por exemplo, ao mesmo tempo que é o mais barato é o mais lento. E cada tipo de transporte tem suas características neste sentido.

Quando as empresas podem escolher o modelo mais adequado, elas podem usar a logística de forma estratégica, ganhando competitividade. Se não há opções, as empresas precisam se adequar ao modal disponível, perdendo em competitividade na concorrência global. É o que acontece no Brasil com a dependência no transporte rodoviário.

Mesmo com as condições naturais propícias, o país sofre com a falta de planejamento logístico, inibe o crescimento e impõe mais um desafio ao empresário brasileiro na busca por sustentabilidade de mercado.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

É importante conhecer a cultura internacional?

Muita gente me pergunta se é importante conhecer a cultura internacional para internacionalizar a sua empresa. Eu sempre respondo que sim. É fundamental conhecer as diferenças culturais. Não só elas, mas outras diferenças também.

1) As diferenças administrativas, entendendo como é a moeda corrente do país, sua infraestrutura e o seu regime de governo. 2) As diferenças legais, jurídicas, sabendo como funcionam os impostos no outro país, suas leis trabalhistas, entre outras coisas. E, por fim, 3) as diferenças culturais, onde entram o idioma, os hábitos sociais e, também, a própria religiosidade, que muitas vezes é fator decisivo nos negócios.

Um exemplo disso é o calendário chinês, que difere do nosso aqui. A comemoração do ano chinês não acontece de dezembro para janeiro como somos acostumados, mas, sim, em fevereiro. Oficialmente, o governo chinês concede uma semana para a comemoração para essa virada. Mas, culturalmente, e o que de fato acontece é que a China para um mês, já que o seus operários moram muito longe de onde trabalham e aproveitam a data para visitaram a família nesta única vez ao ano. Ou seja, em fevereiro, a China para e não há produção qualquer neste período.

Este conhecimento é importante para que as empresas brasileiras importadoras da China não tenham problema de falta de produto em estoque e possam planejar suas compras de forma a carregarem antes do feriado chinês e assim não se desabastecerem por conta desta parada na China.

Por isso, é fundamental conhecer essas diferenças entre os países. O grau de entendimento dessas diferenças é que pode levar ao sucesso ou ao fracasso nas negociações internacionais.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

O Profissional de Comércio Exterior

A educação no comércio exterior
O início de mais um ano letivo nas universidades, me faz refletir sobre a educação e o profissional ligado aos negócios internacionais. Mesmo que ainda tenhamos muito para melhorar, é fato que a nossa cidade se desenvolveu muito neste sentido nos últimos 20 anos. Completei meu ensino médio em 1995 e poucas eram as opções de estudo superior em Criciúma. Prova disto é que a maioria dos alunos, com interesse em cursar uma faculdade, prestava vestibular em instituições localizadas em Florianópolis, Porto Alegre, entre outras cidades ainda mais distantes. Hoje em nossa região, temos oportunidade de cursar os mais diversos cursos. Leciono desde 2007 na Faculdades Escucri e posso afirmar que as instituições do sul de Santa Catarina estão preparadas a oferecer educação de qualidade aos que buscam um ensino que integra os conceitos teóricos com a prática do mercado de trabalho.

O profissional de Comércio Exterior
Percebemos cada vez mais a exposição das pessoas e empresas à globalização. Todas as profissões podem de alguma forma ter contato com o comércio exterior. Agricultores exportam grãos, engenheiros importam e exportam equipamentos, farmacêuticos importam medicamentos, advogados defendem ações de empresas multinacionais, etc. Entretanto, para lidar com a gestão dos processos de importação e exportação, é preciso estar capacitado. Os cursos superiores que preparam o profissional para a gestão do comércio exterior são principalmente os cursos de Administração de Empresas, com habilitação em Comércio Exterior, e o curso de Relações Internacionais.

Adquirindo competências comportamentais
O profissional de comércio exterior estará diariamente sendo testado não só por suas habilidades técnicas, mas também por suas habilidades comportamentais, também chamadas de soft skills, principalmente no aspecto da gestão das diferenças culturais imersas no ambiente corporativo, como por exemplo, empresas multinacionais que adotam idiomas estrangeiros como sua forma oficial de comunicação, compreender as entrelinhas de uma negociação internacional onde o estilo de vida e os modos entre as partes são algumas vezes antagônicos, ou simplesmente na forma de saludar um estrangeiro. Na minha opinião, a forma mais interessante de adquirir tais competências é a realização de intercâmbio internacional.

Intercâmbio internacional
É uma forma rápida e intensa de se adquirir experiências pessoais que farão muita diferença na vida e na carreira de qualquer um. É o tipo de atividade que não deve ser considerada como despesa, mas sim investimento. Tive duas experiências de intercâmbio internacional. A primeira durou seis meses e a segunda seis anos. Não há um dia sequer que, de alguma forma ou outra, não lembre dos ensinamentos que obtive durante este tempo fora e é um ativo que ninguém nunca poderá tirar de mim. Atualmente, existem diversas empresas que oferecem intercâmbios com preços acessíveis ou até mesmo remunerados. O governo brasileiro parece também ter despertado para isso, e estão oferecendo bolsas de estudos no exterior já em nível de graduação, como no caso dos programas Ciências sem Fronteiras e Inglês sem Fronteiras. Aproveitem estas oportunidades.

Grande abraço a todos!

Renato Barata Gomes
renato.barata@unq.com.br