Blog da UNQ

A Típica Burrocracia

Ontem, o ministro da fazenda anunciou que a redução dos trâmites burocráticos para importação e exportação entra no rol das reformas para elevar a competitividade do Brasil e aumentar o crescimento da economia. Oh, glória! Mesmo que seja apenas uma ideia, percebe-se uma sensibilidade com relação a este assunto tão importante!

Um dos estudos do especialista Paulo Correa mostra que o exportador brasileiro, em alguns casos, precisa preencher o CNPJ em 17 documentos diferentes e a descrição da mercadoria em 13, exemplificando uma burocracia desnecessária que custa caro.

O estudo mostra que essa redução de tempo pode gerar 22% de economia na importação e 18% na exportação, o que promove uma condição mais justa para as empresas brasileiras ganharem condições de mercado no mundo dos negócios. Infelizmente, hoje ainda penamos com esse excesso de burocracia desnecessária que, muitas vezes, inviabiliza negócios promissores. Ou seria uma burrocracia?

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

Infraestrutura Brasileira – Um Túnel no Final da Luz

O ministro da fazenda, Joaquim Levy, esteve essa semana em Nova York reunido com investidores para debater sobre o programa de concessões. Este plano pretende, entre outras coisas, estimular a vinda de recursos para melhorar a infraestrutura brasileira. E uma das ideias principais é abrir os portos para os investidores estrangeiros.

Emma Maerski_proa

Considerando a defasagem dos nossos Portos, é uma ótima notícia. Para se ter uma ideia, a média de permanência de um container em Porto brasileiro é de 12 dias. Em países como Estados Unidos e Alemanha, essa média é de 48 horas. Essa grande diferença gera maior custo para as empresas brasileiras e uma dificuldade maior no controle logístico, seja dos produtos importados ou do escoamento de produção através da exportação.

Claro que o problema não é apenas na infraestrutura. A burocracia encontrada aqui também é uma problemática. Entretanto, investindo em mais equipamentos nos Portos, aumentando a profundidade dos canais para receber navios maiores e melhorando os acessos rodoviários e ferroviários aos mesmos estamos dando um grande passo para melhorar a competitividade das empresas brasileiras diante deste mundo intensamente globalizado.

Por era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

As variáveis que podem aumentar o dólar no cenário atual

Nesta sexta-feira, o dólar fechou perto dos R$3,04 com um novo aumento depois de três pregões em queda. Com o fim das intervenções diárias do Banco Central, vimos o real mais próximo do seu valor verdadeiro e, por isso, é importante ficarmos atentos às variáveis que podem fazer o dólar aumentar diante do cenário atual.

moedas3

A primeira variável é a própria valorização da moeda americana através dos resultados positivos da economia nos Estados Unidos. Isso afeta a forma de como o mundo volta a olhar para os americanos. A cada anúncio de dados econômicos, aumenta a especulação sobre o aumento dos juros pelo Banco Central americano, o FED. E isso gera um aumento do valor da moeda americana.

A segunda variável considera os possíveis problemas no mundo que podem influenciar a quantidade de dólar que vem ao Brasil. Dois casos importantes e pontuais são o iminente calote da Grécia na comunidade européia e a possível redução de crescimento da China para 7%. É importante acompanharmos o andamento destes assuntos mundiais e outros que porventura possam acontecer.

A terceira variável é a própria situação política que o Brasil se encontra. Os conflitos entre executivo, legislativo, judiciário e o povo aumentam o risco do Brasil pelo olhar dos investidores, o que reduz a disponibilidade de dólar por aqui e faz também a moeda americana aumentar.

Claro que os aspectos macroeconômicos são incontroláveis. Entretanto, podemos estar atentos a essas variáveis para tentar antecipar as tendências e poder tomar decisões mais precisas no mundo dos negócios.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

Eficácia Administrativa – Eles querem nos enganar

Por que a China é esta potência de crescimento? Claro que isso não é uma resposta simples, já que alguns fatores estão envolvidos. Mas um grande motivo de a China ter crescimentos impressionantes é a eficácia administrativa. A administração atual precisa mudar com a evolução da tecnologia, a evolução cultural. A China, e algumas nações desenvolvidas, conseguem fazer isso rapidamente. Outras têm grandes dificuldades de mudança, o que afeta os resultados de sua administração.

sindicato

Infelizmente, é isso que vimos aqui no Brasil. Um dificuldade de acompanhar a evolução das coisas. Dificuldade no desenvolvimento em infraestrutura (quanto exemplos temos a respeito como a BR e o nosso famigerado aeroporto de Jaguaruna). Dificuldade também em adaptar a legislação como, por exemplo, da maioridade penal. São diferentes intervenções por interesses particulares (e não interesses de um todo) que atrasam a evolução do país. Infelizmente, vivemos em uma falsa democracia, com uma gestão baseada em interesses particulares.

Outro exemplo atual da ineficácia administrativa brasileira é o projeto de lei que busca a possibilidade de terceirização das atividades fim, o qual estamos discutindo há dez anos e que já deveria estar acontecendo há tempos, pela necessidade de preencher essas lacunas organizacionais de leis ultrapassadas. A terceirização não é prejudicial aos trabalhadores. Muito pelo contrário, é um caminho para melhorar as condições das empresas para oferecer melhores opções e condições de trabalhos. Mas, mais uma vez, penamos pelos interesses particulares, calçados pela preocupação dos sindicatos de perderem o poder que possuem hoje.

Fico imaginando um mundo sem fronteiras quaisquer, onde as empresas internacionais, com suas legislações atuantes, concorressem diretamente com as empresas brasileiras. Quem o leitor acha que seria mais competitivo e teria os trabalhadores com melhores condições? Uma empresa com uma administração moderna, com melhores condições de adaptação a realidade e opções de trabalho melhores (inclusive a da terceirização das atividades fim) ou uma empresa embutida em uma gestão ultrapassada, presa às condições laborais antigas, sem competitividade?

Precisamos parar de usar a falsa e enganadora justificativa de que a China é uma potência pela escravidão trabalhista. Escravidão é essa que vivemos, onde cada mudança para melhor é quase uma guerra civil. A China é potência por sua eficácia administrativa e por uma democracia que é muito mais real do que a nossa.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Sinais da Globalização – Barril de petróleo influencia frigoríficos brasileiros

Os frigoríficos brasileiros têm encontrado nos últimos meses uma grande dificuldade de manutenção e desenvolvimento de mercado. Os seus lucros despencaram e o nú0mero de abates também caíram bastante. Dentre os motivos estão 1) a redução do número de pessoas comprando carne; 2) a baixa dos preços; e 3) e a redução de exportação para os países de grande histórico de consumo, os quais a gente explica abaixo.

Crise Frigoríficos

Buscando recuperar uma demanda que vem optando por frango desde o ano passado, os preços da oferta de gado têm sido reduzido. O problema é que essa redução não tem chegado ao consumidor final, o qual tem encontrado os preços ainda mais altos nos supermercados. Com isso, mesmo com a redução dos preços por parte dos frigoríficos, o consumidor continua optando por outro tipo de carne mais em conta como a de frango.

Para suprir essa carência da demanda interna, apostou-se muito em uma melhor   rentabilidade das exportações, já que o dólar mais alto oferece uma maior liquidez nos negócios feitos. Entretanto, as consequências geradas pela queda dos preços do barril do petróleo atingiram dois países importadores de carne brasileira. Ou seja, com menor rentabilidade na exportação do petróleo, Rússia e Venezuela reduziram em 65% e 48% suas compras, respectivamente. E, ironicamente, na intensidade deste mundo globalizado, vemos o preço do petróleo influenciar diretamente na salubridade financeira dos frigoríficos brasileiros. Algo que não poderíamos imaginar sem essa convergência de mundos diferentes.

O líder das importações de carnes brasileiras é Hong Kong, que até elevou seu numero de compras, mas não o suficiente para compensar a perda dos outros países. E essa condição difícil em que se encontram os frigoríficos brasileiros acaba sendo a porta ideal para a abertura do mercado para investidores chineses, os quais estudam há tempos a compra de frigoríficos brasileiros de médio porte para assim poder garantir o seu crescente consumo de carnes. Este é o mundo dos negócios!

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br