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Exportação… Só se for agora!

Amigos leitores, hoje discutiremos um pouco sobre o tema exportação. No último mês, tenho recebido muitas ligações de empresas dizendo que querem começar a exportar, pois com o aumento do dólar, este é o momento certo. Dizem ainda, que não podem perder tempo e precisam começar já. Este é o pensamento natural de todo empresário que, com a concorrência acirrada de mercado, busca aumentar sua lucratividade. A exportação, com certeza, é uma ótima ferramenta para se maximizar resultados nas empresas. Afinal, o mercado pode se ampliar exponencialmente quando começamos a vender internacionalmente. O que muitas vezes esquecemos é que, hoje, a valorização do dólar, certamente propicia um bom momento para executar os projetos de exportação, mas para se obter sucesso nas exportações é preciso realizar previamente um bom planejamento.

Planejamento de Exportação
Estatísticas demonstram que, em média, empresas precisam de pelo menos um ano para desenvolver um bom planejamento de exportação. Isto significa que as empresas que buscam hoje executar suas exportações, já deveriam ter começado a desenvolver um projeto no início de 2014. Se analisarmos o dólar no início de 2014, ele estava cotado em média a 2,39 – um patamar para muitos não atrativo para exportação. Entretanto, o que devemos entender é que para se executar uma boa estratégia, é preciso ter visão de futuro, é preciso entender que um bom programa de exportação deve ser feito de forma contínua e não somente quando o câmbio estiver favorável, é preciso buscar competitividade e diferenciação sempre e não em situações econômicas específicas. Imaginem se um empreendedor optasse por abrir uma empresa no Brasil somente se os impostos fossem reduzidos, se os juros diminuíssem ou se os encargos trabalhistas fossem minimizados? Penso que não teríamos empresas privadas no país.

Como iniciar um programa de exportação?
O primeiro passo para se iniciar um programa sólido de exportação, é buscar o suporte de empresas especializadas em comércio exterior. Estas poderão auxiliar os empresários a desenvolver o planejamento e a execução das principais etapas do projeto, tais como, diagnóstico inicial, desenvolvimento do material de divulgação em diferentes idiomas e adequados à cultura do país alvo, análise de legislação para adaptação do produto para exportação, pesquisa de compradores internacionais, segmentação de mercado internacional, formação de preço de exportação, análise de barreiras no exterior, gestão de comercial, etc.

Incentivos diretos e indiretos
As empresas exportadoras brasileiras são vistas com bons olhos pelo nosso governo pois divulgam a marca “Brasil” no exterior e auxiliam no desenvolvimento do país gerando emprego e renda. Desta forma, incentivos diretos e indiretos são concedidos aos exportadores brasileiros. Os incentivos diretos ocorrem através de isenção de alguns impostos, linhas de financiamento exclusivas para exportação, subsídios para participação em feiras internacionais e missões empresariais no exterior. Os incentivos indiretos são fornecidos através de capacitação subsidiada por órgãos como Sebrae e APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a disponibilização de relatórios estatísticos sobre os mercados internacionais.

Comece agora mesmo a planejar suas exportações.

Os primeiros passos para começar a exportar

Com esta alta cambial e a falta de consumo no Brasil, todas as esperanças de retomada de crescimento da economia estão voltadas para a exportação. Para a empresa que não está no contexto, exportar pode parecer algo bem distante, mas, que se bem trabalhado, não é. O primeiro passo é procurar uma empresa especializada em negócios internacionais, seja ela privada ou fomentada pelo governo. A empresa fará os primeiros esclarecimentos e mostrará que exportar não é um bicho de sete cabeças.

O segundo passo é, juntamente com esta assessoria, encontrar os mercados no mundo que são potenciais consumidores do produto. Afinal, é difícil imaginar uma aceitação grande de biquínis na Antártida, por exemplo. Naturalmente, pela cultura, pela legislação, pelas condições administrativas e até climáticas, alguns países terão maiores condições de absorver o produto do que outros. E, logicamente, isso varia de caso a caso.

O terceiro passo é adaptar as ferramentas de apresentação do produto. Website, material promocional, embalagens e, algumas vezes, até a logo e a marca devem estar de acordo com a cultura local. Alguns países podem não aceitar bem cores, objetos e nomes que soam bem no Brasil. Um caso que exemplifica bem essa necessidade de adaptação é do carro Pajero, que em espanhol tem relação com o verbo “masturbar”. Com certeza, se fosse chamado assim nos países hispânicos, não teria qualquer apelo comercial e seria um fracasso de vendas.

Com estes passos tomados, de identificar o país e adequar o produto ao mesmo, o trabalho comercial segue a mesma lógica: buscar potenciais clientes através de feiras e eventos da área, aproveitando os incentivos que o governo tem disponibilizado. O tamanho da empresa não é desculpa para não exportar. A limitação está na profissionalização, na capacitação e na vontade de sair da zona de conforto. A poltrona do vovô é boa, mas nem sempre é o melhor lugar.

Para ouvir o comentário, acesse o link http://www.difusora910.com.br/player-podcast/podcasts/T3BpbmnjbyAtIE1hcmNlbG8gUmF1cHA=/599306c077bf57b7d2b8df69f0d1d095.mp3

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

A crise no Brasil é brasileira!

Ontem, falamos sobre a crise no Brasil, justificando que ela é realmente brasileira e não mundial como o governo tem tentado argumentar. Mesmo que em alguns casos, como a China, os crescimentos sejam menores do que os outros anos, são ainda crescimentos expressivos, o que não passa nem perto da recessão brasileira. Para se ter uma ideia, a expectativa de crescimento na China é de 6,8%, enquanto no Brasil há uma expectativa de retração de 1,0%. Números absurdamente diferentes.

PIBs

Analisando alguns países vizinhos, no entanto, percebemos a dificuldade instaurada. O que é interessante perceber é que as dificuldades existentes, em geral, foram geradas pela forma errada de administrar, pela corrupção, pela ineficiência governamental e também pela gestão centrada em interesses particulares. Ou seja, todos problemas internos.

A Venezuela, por exemplo, tem grandes problemas econômicos devido ao controle exagerado promovido pelo governo local. Para se ter uma ideia, todas as compras de celulares devem passar pela empresa intermediária do governo. Como a sua principal receita, o petróleo, caiu 50% de valor, a empresa não tem dólares suficientes para importar celulares. Com isso, as pessoas ficam meses na fila para conseguir um smartphone e, quando conseguem, tem que pagar, por exemplo, mais de USD47.000,00 em um IPhone6, o que soa até como piada de mau gosto.

Claro que o mercado internacional influencia. É o caso venezuelano da redução do preço do petróleo no mundo. Mas os países precisam estar preparados para uma economia globalizada. É por causa de decisões internas, feitas de forma errada pelo governo, de gestões ultrapassadas e engessadas, e de caráter individual, sem pensar no país como um todo, que essas crises se desenvolvem e o país não consegue ter ferramentas para virar o jogo. É assim na Venezuela. É assim na Argentina. É assim no Brasil e em todos os países com gestão ultrapassada. A crise é interna.

Ao fazer negócios com países com estas características, consulte um especialista. Os resultados serão proporcionais ao investimento.

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

O saldo positivo refletido com perdas

Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que a competitividade das empresas brasileiras no mundo é afetada por um conservadorismo na política de exportação, além de limitações do Programa de Financiamento às Exportações (Proex). Comparando os números com outros países, no Japão 14,6% das exportações são apoiadas por sistemas públicos. Na China, 19,3%, na Coreia, 48%; e no Brasil apenas 2,9% das exportações têm apoio de sistemas públicos, ilustrando aquilo que argumenta Coutinho.

Esta percepção de possibilidade de melhoria vem de encontro com as informações atuais da Balança Comercial. O Brasil, pela primeira vez no ano, conseguiu reverter o saldo negativo entre exportações e importações. Ou seja, na segunda semana de junho, os valores exportados desde o começo do ano superaram os valores importados no mesmo período, apresentando um saldo positivo na Balança Comercial. Embora este saldo seja interessante, os números mostram que a motivação principal não foi o aumento das exportações, que tiveram apenas 0,4% de incremento, mas sim a queda das importações, que caíram em média 19%, o que vem de encontro com o que o presidente do BNDES fala sobre as possibilidades de melhorias no incentivo às exportações.

Ainda este mês, a presidente deve anunciar um programa de incentivo ao comércio internacional e que deve trazer novidades para o mundo dos negócios, tanto para exportação quanto para importação. Afinal de contas, caro leitor, não é interessante ter um saldo positivo em conta no final do mês, se a qualidade de vida no dia a dia piorar. Não adianta, por exemplo, com esse frio, economizar energia tomando banho gelado. O objetivo superavitário da Balança Comercial deve ser sempre para que os negócios cresçam e possibilitem retomar a crescente da economia.

Para ouvir o comentário, acesse o link: http://www.difusora910.com.br/player-podcast/podcasts/T3BpbmnjbyAtIE1hcmNlbG8gUmF1cHA=/89f10a21497e549c3aea142653325e83.mp3

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

As Dificuldades na Relação com os Hermanos

Nas últimas entrevistas, temos visto a presidente assumir que a crise existe, embora ainda tente contemporizar sobre o tamanho dela. Os caminhos seguidos para aproximar o Brasil aos países e estimular os negócios internacionais tem sido um caminho que pode oferecer muitas oportunidades para as empresas brasileiras. A última viagem à União Europeia teve este intuito, mas o maior resultado foi o aumento entre as diferenças com o país hermano, a Argentina.

A Argentina passa por uma crise econômica e política muito acentuada e suas intenções de preservar as ideologias do país têm dificultado as negociações do Mercosul com a União Europeia, segurando o desenvolvimento das tratativas de abertura comercial entre os blocos. Como um dos tripés das soluções encontradas pelo governo é a aproximação com países para estimular o comércio internacional, a Argentina tem sido a âncora em alguns momentos.

Em março, o Brasil suspendeu a importação de maçãs da Argentina devido a uma doença encontrada por agentes sanitários. Embora o governo argentino já tenha apresentado as soluções, o governo brasileiro anunciou que só vai liberar a importação novamente quando a Argentina anunciar o fim do embargo às carnes brasileiras. Mesmo que não seja um grande consumidor, isso é fundamental para a imagem da carne brasileira no mundo. Além dessas dificuldades particulares, há algum tempo, também temos visto imposições de barreiras alfandegárias, como as licenças de importação com longo tempo para aprovação, que limitam os objetivos do livre comércio e do bom relacionamento.

Essas dificuldades na relação ilustram os problemas enfrentados pelos dois países, a qual pode seguir para outras áreas também como, por exemplo, a automotiva, caso os conflitos não sejam tratados da melhor maneira.  Pela situação econômica de ambos, compartilhar o alimento, neste caso, não é necessariamente comer à mesma mesa. Aqui, não importa muito se Maradona es mas grande que Pelé e dirigir (ou digerir?!) na mesma direção sem dúvida parece a decisão mais sensata de momento.

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br