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O Papel das Embaixadas no Comércio Exterior

Entrevista com diplomata Benhur Viana esclarece o trabalho feito pelo Itamaraty em apoio às empresas brasileiras

Por: Renan Medeiros

Os postos do Brasil no exterior são um importante aliado para o comércio internacional – mesmo que, para os importadores e exportadores, o trabalho das embaixadas passe despercebido. Para ajudar a entender esse papel, o diplomata Benhur Viana concedeu uma entrevista ao caderno O Mundo dos Negócios, logo depois de participar da cerimônia do Dia do Diplomata, 20 de abril, com a presença do presidente da República, Michel Temer, e do ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira.

OMDN: Qual a função das embaixadas nas exportações e importações? Até onde elas podem atuar em benefício dos importadores/exportadores?

Benhur Viana: Os postos do Brasil no exterior têm papel importante no esforço exportador brasileiro. Parte do marco regulatório para os fluxos comerciais é negociado no âmbito de instituições como a Organização Mundial do Comércio ou a ALADI. Nas embaixadas, é feito também um trabalho “invisível” para o público, como o apoio à certificação de aeronaves brasileiras ou o combate a barreiras fitossanitárias aos produtos do agronegócio. Com o marco regulatório posto e falsas barreiras superadas, as embaixadas e consulados do Brasil estão abertos aos cidadãos e às empresas.

OMDN: Que apoio os postos podem oferecer às empresas brasileiras?

BH: Os setores de promoção comercial dos postos auxiliam o esforço exportador ao identificar importadores, apoiar a participação em feiras, montar agendas de trabalho em missões empresarias, divulgar estudos de mercado e ajudar na compreensão da legislação e das práticas locais. Quando surgem problemas, a intervenção ponderada da embaixada ou do consulado, dentro dos limites da legislação local e brasileira, pode dobrar “más vontades” de autoridades estrangeiras. O posto igualmente é chamado a indicar advogados confiáveis, com experiência no setor e/ou em questões que envolvem o Brasil.

OMDN: Há algum aspecto em que seja frequente os exportadores/importadores solicitarem ajuda da embaixada sem que seja função dela?

BH: Não é incomum a solicitação de apoio da embaixada ou consulado nos casos de quebra de contratos comerciais. Esses litígios devem ser resolvidos por meio das autoridades administrativas e/ou judiciárias locais. A embaixada ou consulado pode transmitir lista com dados de contato de profissionais locais, por exemplo, advogados, que mantêm contato com o posto, sem indicar profissional específico.

OMDN: O que podem as empresas fazer para evitar problemas ou tornar mais produtivos os processos que envolvam o Itamaraty?

É importante fornecer ao posto o maior número de informações sobre a companhia e os produtos e fazer consultas, idealmente, sobre questões um pouco mais específicas. A parceria com associações de classe também é importante. No exterior, ganhar mercado para o Brasil e os produtos brasileiros pode ser o resultado de ações conjuntas e, muitas vezes, de médio e longo prazo. A lógica da competição entre empresas no mercado interno brasileiro, muitas vezes, tem de ser substituída pela cooperação entre exportadores nacionais para aumentar a participação no mercado global.

Um criciumense no Itamaraty

A ideia de entrar para o Itamaraty amadureceu para Benhur Viana enquanto ele cursava a faculdade de direito, na UFSC. Tão logo concluiu a graduação, o criciumense foi aprovado em um concurso para o cargo de oficial de chancelaria, em 2002. No ano seguinte, foi aprovado em outro concurso, dessa vez para a carreira de diplomata, e ingressou no Instituto Rio Branco, a academia da diplomacia.

Encerrados os estudos e o estágio profissionalizante no Ministério de Relações Exteriores, em 2005, Viana atuou no Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty. “Essa foi minha única lotação no Ministério em Brasília antes de ser removido para o exterior. Servi nas embaixadas em Pequim (China), Estocolmo (Suécia) e Minsk (Bielorrússia). Foram nove anos fora do País”, conta o diplomata. Em fevereiro deste ano, voltou a Brasília, e desde então trabalha na Divisão de Negociações de Serviços do Departamento de Assuntos Financeiros e Serviços do Itamaraty.

Fluente em inglês, espanhol e russo, além dominar o francês – cuja fluência perdeu com a falta de prática – e com algum conhecimento de italiano e chinês, Benhur Viana relata que umas dificuldades no serviço exterior é a distância da família e dos amigos. “Outra questão que pode ser muito delicada são os desafios de adaptação a um outro país e a uma cultura muito diferente, especialmente para a família do diplomata. Além disso, adoecer em outro país é penoso e talvez seja a parte mais difícil da vida no serviço exterior”, afirma.

 

Texto originalmente publicado no caderno especial O MUNDO DOS NEGÓCIOS. Solicite sua cópia pelo email: imprensa@unq.com.br. 

Caderno especial tem objetivo de “traduzir” informações

Profissionais buscam tratar de assuntos de forma didática e clara

 

Por: Mayara Cardoso

O mercado externo há muito tempo deixou de fazer parte apenas do universo de grandes empresas. Com as mudanças no mercado e facilidade na troca de informações a importação e a exportação se tornaram muito mais acessíveis, inclusive para empresas de pequeno porte. Tendo em vista essa nova realidade e a forma como as pessoas em geral encaram o assunto, muitas vezes tendo receio de termos e assuntos complicados, o empresário Marcelo Raupp idealizou um informativo com foco em assuntos do comércio exterior, mas que garanta o entendimento para todos os tipos de públicos. Nesses moldes, chega hoje aos leitores do jornal A Tribuna a segunda edição do caderno O Mundo dos Negócios.

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Caderno O MUNDO DOS NEGÓCIOS 2ª edição.

Nesta edição, o caderno especial traz informações sobre transporte internacional e rodoviário, case positivo de introdução no mercado internacional, informações sobre o papel das embaixadas no processo e muitos outros assuntos. Conforme Marcelo, as abordagens foram pensadas a partir da experiência no mercado com a empresa UNQ Import Export, destacando o que pode ser mais relevante ao público em geral. “Pensamos em conjunto pautas que pudessem agregar conhecimento aos empresários e profissionais que já estão habituados com esse universo, mas também que fossem esclarecedoras e atrativas para quem ainda não conhece a fundo o comércio exterior”, completou.

De acordo com o empresário, a intenção, portanto, é desenvolver a cultura internacional para que as oportunidades internacionais fiquem mais evidentes e disponíveis e para que as empresas da região ganhem em competitividade. “Para uma transformação cultural, é fundamental a participação de todos: aqueles que já atuam no comercio exterior, os que potencialmente podem atuar e também as pessoas em geral que fazem parte da opinião pública. Os conceitos serão mais fáceis quando acessíveis para todos e a cultura da região se transforma em força positiva para a economia regional”, comentou.

Conteúdo que agrega conhecimento

Para o diretor geral do Jornal A Tribuna, Dorvanil Vieira, um material como esse soma de forma muito positiva ao conteúdo já trazido diariamente no veículo. “Essa parceria também é muito importante para o veículo e para os nossos leitores. Acredito que toda a informação que chega e ensina de alguma forma é válida, especialmente envolvendo assuntos voltados à economia nesse momento vivido mundialmente”, pontuou.

Além de fazer parte da edição de hoje do Jornal A Tribuna, o material também será distribuído em empresas, locais de grande circulação e universidades.

 

Para receber uma cópia do material, envie email para imprensa@unq.com.br.

 

Matéria originalmente publicada no jornal A Tribuna, 02/05/2017, Criciúma-SC.

 

 

 

A importância da contabilidade nos negócios internacionais

Assessoria contábil: mais que uma escolha, uma estratégia

Por: Mayara Cardoso

Para ser um empreendedor de sucesso não basta ter uma boa ideia e força e vontade para colocá-la em prática. É necessário tomar as melhores decisões e saber a hora certa de investir, economizar, desbravar novos caminhos ou recuar para se preparar. Entre as escolhas que podem definir o futuro de um negócio, seja ele grande ou pequeno, está na forma profissional com que o trabalho é feito e a equipe que está por trás de seus processos. Nesse sentido, uma boa assessoria contábil para empresas, especialmente as interessadas em trabalhar com o comércio exterior, é fundamental para a segurança nas escolhas e nos trâmites.

O contador Jean Netto explica a relevância do serviço. Segundo ele, é possível apontar duas questões principais: a parte burocrática e a parte financeira. As questões que envolvem burocracia se referem a adequação, a habilitação e a manutenção da empresa. “Uma empresa profissional, que tem planejamento de médio e longo prazo, precisa estar com todas as questões fiscais e com órgãos anuentes bem alinhadas”, explana de forma básica.

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Já no que diz respeito à questão financeira, a participação de profissionais qualificados pode ser ainda mais decisiva para o sucesso e crescimento do negócio, pois, conforme Netto, se refere a uma análise constante de qual regime contábil optar, quais os benefícios fiscais disponíveis e as particularidades contábeis de cada negócio. “Nesse sentido, o contador já não é mais simplesmente uma área de suporte. Ele se torna estratégico. Para isso, no entanto, é necessário que haja confiança e certa liberdade para que o profissional desenvolva seu trabalho”, opina.

Dicas valiosas

Almir José Gorges, advogado, consultor tributário e ex-secretário adjunto da fazenda do Estado, acompanhou de perto dezenas de casos positivos e negativos que envolvem o assunto. Conforme ele, em tempos de economia recessiva as questões tributárias merecem ainda mais atenção. “As razões são óbvias, mas costumam passar despercebidas. Os Entes Públicos com autoridade constitucional para editar e cobrar tributos tendem a ser extremamente vorazes em momentos como o atual. A tolerância é quase zero”, comenta.

Um deslize no que diz respeito à prestação de contas, conforme a experiência de Gorges, é capaz de gerar passivos tributários capazes de, não raras vezes inviabilizar um negócio. Já na direção contrária, para ele, é até irônico constatar que muitas oportunidades tributárias, que tornariam o negócio mais sólido, têm sido perdidas por desconhecimento, o que reitera a opinião de Netto.

“Sendo assim, posso afirmar que estar bem assessorado nas questões contábeis e tributárias é imprescindível para qualquer empresa, independentemente do seu tamanho. A competitividade do negócio depende em muito de boa gestão desses setores”, completa Gorges.

Texto originalmente publicado no caderno especial O MUNDO DOS NEGÓCIOS. Solicite sua cópia pelo email: imprensa@unq.com.br.

Internacionalização de inovações brasileiras

Por: Renato Barata Gomes, diretor da UNQ Import Export. renato.barata@unq.com.br.

Atualmente, os conceitos inovação e startups estão cada vez mais em pauta. Em um mundo globalizado e competitivo, empresas precisam inovar seja em produtos, serviços ou processos. Diferentemente do que muitos pensam, inovações na maioria das vezes não vêm de um “insight” genial de uma pessoa, mas sim a partir de uma ideia para solucionar um problema cotidiano. Como exemplo, podemos citar inovações clássicas como o toca-fitas portátil Walkman, o autoadesivo post it ou o iphone. Costumo dizer que o Brasil tem um grande potencial de desenvolver e exportar inovações, pois temos muitos problemas a serem solucionados em nosso país. A internacionalização de startups brasileiras ainda não é algo rotineiro, mas certamente elas têm grande potencial de crescimento global em um futuro próximo, principalmente na área de software.

 

Investimentos de capital de risco catalisam as inovações

Uma das etapas mais importantes dentro do processo de inovação em pequenas e médias empresas, é o acesso a financiamento e crédito. Um modelo interessante que surge para empresas inovadoras é o investimento de capital de risco, onde investidores aportam capital nas startups e recebem como contrapartida, uma porcentagem previamente negociada, do capital social da empresa. É considerado capital de risco, pois os investidores somente obterão retorno sobre os investimentos, caso as empresas investidas realizem lucros.

 

Investidores anjo contribuem para o desenvolvimento do ecossistema de inovação

Investidores anjo, são pessoas físicas, normalmente profissionais de destaque em suas respectivas áreas, que realizam investimento de risco em startups. Normalmente, investidores anjo fazem parte de uma rede de investimento e, através da soma dos montantes individuais investidos, conseguem aportar valores maiores em empresas com potencial de crescimento. É muito comum que os investidores não se limitem apenas ao investimento financeiro, mas também atuem como mentores dos empreendedores, contribuindo para o sucesso das empresas investidas.

 

A importância de um bom pitch para atrair investimentos

Pitch é uma ferramenta utilizada para que startups apresentem suas ideias a investidores. O pitch normalmente tem um tempo curto de apresentação, o que acaba sendo um desafio, pois o empreendedor precisa resumir o projeto da sua vida em poucos minutos. Por isso, a importância de aprender como se fazer um pitch de qualidade e treinar muito para realizar uma apresentação convincente aos capitalistas de risco.

 

Dazideia Criciúma – um evento interessante para praticar seu pitch

Dazideia é uma empresa de Florianópolis que objetiva reunir startups, que queiram validar suas ideias, potenciais investidores e pessoas e empresas interessadas em contribuir com o ecossistema de inovação. Os eventos são abertos e gratuitos. A empresa desenvolveu uma parceria em Criciúma e realizará encontros mensais na cidade. O primeiro encontro ocorreu na semana passada com a participação de 6 empresas e mais de 30 interessados. Durante o encontro, cada empresa possui 3 minutos para realizar o pitch da sua ideia, e os interessados têm 5 minutos adicionais para fazerem perguntas, críticas e sugestões.

Texto originalmente publicado no jornal A Tribuna, de 03 de maio de 2017.

Mito ou verdade?

Boa parte deste conceito de que a China vende apenas produtos baratos e de má qualidade vem da falta de informação. De fato, há cerca de 20 anos, o boom dos produtos chineses espalhou mercadorias realmente ruins por todo o mundo. “No passado, a China teve como base de seu desenvolvimento industrial a cópia de grandes marcas ao invés da criação de seus próprios produtos gerando o estereótipo de que fornecia apenas mercadorias piratas de baixa qualidade”, explica o especialista em negócios internacionais, Renato Barata Gomes, sócio da UNQ Import Export.

Mas esta realidade mudou. Percebendo a necessidade de adaptações para continuar o crescimento, o país passou a investir em pesquisa e inovação. “Passei um tempo na Alemanha para um mestrado e o maior número de estudantes estrangeiros era de chineses. A ideia era que eles retornassem ao país com maior capacitação para ajudar no desenvolvimento local”, conta Gomes. Além disso, com o volume de exportação para todos os cantos do planeta, o país passou a adequar os produtos de acordo com as exigências de cada mercado e aperfeiçoou muito a gestão comercial. “Isso tem facilitado o desenvolvimento de negócios com o país”, complementa.

Mão de obra

Assim como em qualquer lugar do mundo, na China, existem empresas boas e ruins. Por isso, é importante contar com profissionais que tenham conhecimento não só dos trâmites burocráticos das importações, mas também que sejam bem informados quanto às diferenças corporativas e culturais. É comum que as indústrias chinesas trabalhem aos sábados, por exemplo. Mas isso não significa necessariamente escravidão, já que os trabalhadores são remunerados por isso. Hoje, as leis trabalhistas existem no país e punições são aplicadas quando há falhas.

“Em todas as visitas que fiz a fábricas chinesas, não tive percepção de mão de obra escrava”, comenta Gomes. Porém, para ele, é sempre importante verificar os padrões de qualidade internos e externos das indústrias de lá. “Existem duas formas de se certificar que os exportadores tenham bons padrões. A primeira é buscar fornecedores que já adotam normas internacionais como ISO9001. A segunda é investir em uma viagem para visitar as empresas de interesse. Além de conferir de perto as condições de trabalho, o contato pessoal fortalece a relação comercial”, conclui.

Texto retirado do caderno O MUNDO DOS NEGÓCIOS. Solicite seu exemplar pelo email: imprensa@unq.com.br.