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POR QUE OS PORTOS PRECISAM SEMPRE EXPANDIR?

Com a tendência mundial de navios cada vez maiores, custo do frete internacional tende a diminuir por causa da economia em escala

Por: Renan Medeiros

No dia 27 de maio deste ano, todos os olhares no Porto Itapoá se voltaram para o Hyundai Loyalty, o maior navio porta-contêiner a operar no Brasil, que atracara no porto catarinense. O “gigante” mede 340 metros de comprimento – o equivalente à linha lateral de três campos de futebol – e, por causa do tamanho, só pode operar nos portos que tenham infraestrutura suficiente para recebe-lo. Mas para quem lida com comércio internacional, qual a relevância na prática de ter um sistema portuário apto a receber essas embarcações gigantes? E por que os portos precisam estar sempre em expansão?

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Comprimento do cais acostável determina quantos navios podem atracar simultaneamente.

A primeira e mais óbvia vantagem é o custo. Um navio com capacidade de transportar uma carga maior ganha em eficiência. No caso de embarcações maiores que o Loyalty, o benefício é válido para rotas que não necessitem passar pelo Canal do Panamá, já que as dimensões do navio não lhe permitem entrar nas eclusas e cruzar o país da América Central (o Loyalty, por exemplo, consegue utilizar o Canal do Panamá desde que entrou em operação o terceiro dique, em 2015, com maior capacidade).

Para os portos, a dimensão mais relevante é a profundidade das águas no acesso ao cais, que determina qual o calado máximo das embarcações que podem atracar (calado é a distância entre a linha da água e o ponto mais baixo do navio). Embora seja um fator natural, a profundidade pode ser ampliada por meio de dragagens.

Geração de riquezas

“Em relação aos canais de acesso, por exemplo, um centímetro a mais de calado nos navios significa carregar oito contêineres, ou 100 toneladas a mais. Se cada contêiner gera cerca de US$ 3 mil em riquezas, na sua operação, estamos falando de US$ 24 mil por centímetro submerso. Transformando isso em um metro de profundidade, estamos falando de US$ 2,4 milhões por navio”, calcula o diretor operacional do Porto Itapoá, Sergni Junior.

É por isso que a tendência mundial é que os navios sejam cada vez maiores, o que exige dos portos investimentos constantes em ampliação. “O investimento na infraestrutura do país é imprescindível para o crescimento da economia. Um dos entraves, além das rodovias e ferrovias para escoar as cargas que chegam aos portos, é a manutenção da profundidade dos canais de acesso”, explica Sergni. Além da profundidade, outro fator que confere eficiência à logística é o comprimento do cais acostável. Ele determina a quantidade e o tamanho dos navios que podem estar atracados simultaneamente num Terminal.

Acompanhando a tendência de navios cada vez maiores na navegação mundial, o projeto de expansão do Porto Itapoá já está em andamento, a primeira fase contempla mais 170 metros de píer e 100 mil metros quadrados de pátio, com previsão de término em 2018. Até o final da segunda fase, prevista para finalizar em 2021, o Terminal terá capacidade para movimentar 2 milhões de TEUs por ano e o cais passará de 630 metros de comprimento para 1.210 metros.

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redação UNQ

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