G-R-I (General Rate Increase, em português, Aumento Geral de Tarifa): como o próprio nome diz, é um aumento geral de tarifa (ajuste) aplicado sobre o valor do frete internacional pelas companhias de navegação/armadores para determinadas rotas.

Um GRI é o valor médio pelo qual as companhias de transporte aumentam suas tarifas aplicadas às taxas base. Pode aumentar consideravelmente os custos do embarque, especialmente se estiver programando embarcar grandes volumes carga. Isso costuma ocorrer com maior frequência durante o peak season/alta temporada.

O exportador ou importações não tem como evitar um GRI, mas certamente há medidas que podem ser tomadas para minimizar o impacto deste ajuste. Planejar os embarques com antecedência e informar seu agente de carga a data ou o prazo que necessita a carga no país de destino, facilitará a identificar o melhor momento para realizar o embarque, evitando assim um aumento inesperado no valor do frete.

Quando e por que isso se aplica?

As GRIs geralmente são ditadas pela oferta e demanda dos mercados e do comércio global. Há poucos anos atrás, no Brasil, a aplicação do GRI acontecia com menos frequência e normalmente apenas no período de alta temporada, porém a crise mundial de 2008 e a crise financeira do Brasil contribuíram para que as aplicações de GRIs fossem mais constantes, chegando a acontecer até duas vezes no mesmo mês.

O frete marítimo internacional é um mercado extremamente competitivo, em que as companhias marítimas competem umas com as outras pelos melhores preços e rotas. Quando uma companhia decide diminuir seus preços para oferecer uma opção mais atrativa, outras companhias seguem o exemplo. Esta tendência continua até chegar ao limite e as companhias marítimas decidem se recuperar e aumentar os preços. É quando um GRI entra.

As GRIs afetam todos os países?

Teoricamente, as GRIs podem afetar qualquer região geográfica, tanto nas importações como nas exportações, no entanto, nos últimos anos acompanhamos as companhias marítimas aplicar com mais frequência o GRIs às importações originárias do Extremo Oriente.

As GRIs se relacionam principalmente com as tendências e a estabilidade do mercado, especialmente a relação entre a baixa demanda e o excesso de capacidade de envio.

Como minimizar o impacto de um GRI? Uma aplicação do GRI pode aumentar até o dobro do valor do frete no determinado período, isso tem o potencial de prejudicar e muito sua previsão de orçamento ou até inviabilizar seu embarque. Imagina definir um gasto no frete internacional de US$ 1.800,00 e na semana seguinte este valor aumentar para US$ 2.800. O importador e exportador podem diminuir seus riscos: Defina sua data de coleta de carga antes da data prevista de aplicação da GRI; Se você tiver datas flexíveis para o embarque, acompanhe o mercado de frete internacional para evitar coincidir com uma GRI; Converse com seus fornecedores para evitar cobranças relacionadas ao atraso; Compare as taxas de diferentes armadores. Não estar preparado para um GRI e não saber o que isso implica pode aumentar suas perdas e inviabilizar seu negócio. As GRI são, infelizmente, parte integrante do mercador de frete internacional, embora seja inevitável fugir por completo destes ajustes, os importadores e exportadores podem reduzir os impactos do aumento quando assessorados por especialistas na área de frete internacional, no caso os agentes de cargas, para encontrar o melhor momento ou frete para realizar seu embarque.

O autor

RAFAEL SCHNEIDER

Transportes Internacionais

Administrador de empresas, Diretor Comercial na Ethima Logistics. Trabalha mais de 10 anos na área de Comércio Exterior com ênfase em importação e logística internacional. Atuou como coordenador de importação com foco em análise de custo, desenvolvimento de parceiros logísticos(armazém e transporte) e em gestão de pessoas.