O saldo positivo refletido com perdas
Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que a competitividade das empresas brasileiras no mundo é afetada por um conservadorismo na política de exportação, além de limitações do Programa de Financiamento às Exportações (Proex). Comparando os números com outros países, no Japão 14,6% das exportações são apoiadas por sistemas públicos. Na China, 19,3%, na Coreia, 48%; e no Brasil apenas 2,9% das exportações têm apoio de sistemas públicos, ilustrando aquilo que argumenta Coutinho.
Esta percepção de possibilidade de melhoria vem de encontro com as informações atuais da Balança Comercial. O Brasil, pela primeira vez no ano, conseguiu reverter o saldo negativo entre exportações e importações. Ou seja, na segunda semana de junho, os valores exportados desde o começo do ano superaram os valores importados no mesmo período, apresentando um saldo positivo na Balança Comercial. Embora este saldo seja interessante, os números mostram que a motivação principal não foi o aumento das exportações, que tiveram apenas 0,4% de incremento, mas sim a queda das importações, que caíram em média 19%, o que vem de encontro com o que o presidente do BNDES fala sobre as possibilidades de melhorias no incentivo às exportações.
Ainda este mês, a presidente deve anunciar um programa de incentivo ao comércio internacional e que deve trazer novidades para o mundo dos negócios, tanto para exportação quanto para importação. Afinal de contas, caro leitor, não é interessante ter um saldo positivo em conta no final do mês, se a qualidade de vida no dia a dia piorar. Não adianta, por exemplo, com esse frio, economizar energia tomando banho gelado. O objetivo superavitário da Balança Comercial deve ser sempre para que os negócios cresçam e possibilitem retomar a crescente da economia.
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Por ora era isso! Na Zdrowie!
Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br
O autor
Marcelo Raupp
Negócios na ÁsiaSócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.