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Brasil ainda tem muito potencial de otimização em suas exportações

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Segundo o Banco Mundial, em 2014, as exportações brasileiras de bens e serviços representavam apenas 12% do PIB, ao passo que a média mundial, considerando tanto países desenvolvidos como países emergentes, é de 30%. Este é um dado alarmante e mostra como o Brasil ainda precisa melhorar muito no que tange ao suporte aos seus exportadores.

Pesquisa revela desafios à competitividade das exportações brasileiras

No início de 2016, respondi um questionário de uma pesquisa intitulada “Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria em parceria com a FGV. O estudo buscava entender a visão de empresas brasileiras com relação aos entraves encontrados por elas em suas exportações. A maioria das empresas entrevistadas foram de pequeno e médio portes, que possuem a exportação como atividade frequente, e exportam há mais de 5 anos. No final de setembro recebi o relatório desta pesquisa e compartilho aqui 3 desafios importantes enfrentados pelos exportadores brasileiros. 

3 desafios importantes enfrentados pelos exportadores brasileiros          

1 – Custo Brasil:

Com relação ao Custo Brasil, os principais obstáculos enfrentados são:

  • Altos custos de transporte e portuários;
  • Falta de competitividade devido aos altos tributos;
  • Instabilidade cambial que gera insegurança aos empresários;
  • Altas taxas de juros sobre financiamentos às exportações.

2 – Excesso de burocracia

Os principais entraves da alta burocracia brasileira são:

  • Leis conflituosas, complexas com alteração frequente;
  • Excesso de complexidade dos documentos de exportação;
  • Demora para liberar os processos de exportação;
  • Greves de profissionais envolvidos nas atividades de exportação;
  • Falta padronização entre os órgãos fiscalizadores;

3 – Dificuldade de implementar ações comerciais no exterior

Exportadores enfrentam os seguintes desafios nas estratégias comercias:

  • A falta de apoio do governo nas ações de promoção internacional;
  • Dificuldade na prospecção de mercados potenciais;
  • Marketing pouco efetivo no mercado-alvo.

3 ações de melhoria podem ser tomadas para otimizar as exportações no Brasil

Precisamos da tão falada reforma tributária para desonerar o custo de produção dos fabricantes brasileiros. Precisamos da digitalização e integração de processos, com menos papel e burocracia operacional. Finalmente, precisamos de uma maior aproximação dos fabricantes com empresas especializadas em comércio exterior, com o intuito de tornar as estratégias internacionais mais eficazes.

Para saber como exportar, entre em contato com os especialistas da UNQ Import Export.

Texto originalmente publicado no jornal A Tribuna, de 14/12/16.

Vale a pena importar revestimento da China – Porcelanato

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No mesmo momento que vivemos a busca pela redução de custos, haja vista o cenário econômico, encontramos também um mercado à procura do diferenciado, ansioso por arquitetura moderna e disposto a investir para ter modelos exclusivos. Estes dois opostos, o do custo baixo e o do diferenciado, certamente podem ser trabalhados na China no que diz respeito a diversos tipos de revestimentos. Por isso, esta abordagem especial sobre o tema dividido em partes, começando hoje pelo xodó da região, o Porcelanato.

A Importação de Porcelanato

Visto como um produto de alto valor agregado desde que surgiu na Itália, o Porcelanato teve o seu paradigma quebrado com a produção de grandes formatos em escala na China nos anos 2000. Esta possibilidade de receber um produto diferenciado com menor valor abriu diversas portas no mercado e mudanças começaram a acontecer. No Brasil, as indústrias tiveram que se adequar, já que não podiam competir em custo com esta nova realidade. Abriram a linha produtiva para produtos com características distintas e especiais e, algumas delas, viram a importação como forma de manter o mix de oferta o mais completo possível. Por outro lado, a popularização do produto atingiu um patamar tão intenso que foi preciso criar algumas barreiras aos aventureiros, que começaram a utilizar a oportunidade de forma negativa. Dois exemplos caracterizam bastante a situação. O primeiro deles foi encontrar em Goiânia um caminhão à beira da rodovia vendendo porcelanato como se fosse melancia. O outro foi saber que o dentista de um alto executivo da indústria cerâmica importou diretamente o produto para o seu novo consultório e pediu a ajuda deste para vender o que havia sobrado. A partir disso, e de outros casos piores na perda da qualidade e problemas com o produto, que foram criadas algumas situações para evitar essa ‘prostituição’ do mercado.

As Barreiras Encontradas

Há alguns anos, com o objetivo de salvaguardar a indústria, não pelo baixo custo em si, mas pelo mau uso das possibilidades pelos aventureiros, o Governo Brasileiro implantou o chamado antidumping, uma sobretaxa na importação do porcelanato chinês. A decisão não impediu que as importações continuassem, embora o custo e a burocracia tenham aumentado, mas limitou as ações daqueles que não fazem este papel com profissionalismo. Com isso, o mercado voltou a ter mais parcimônia e possibilitou o trabalho das oportunidades sem o ônus generalizado.

As Soluções e Possibilidades

Com as barreiras criadas, o mercado voltou a trabalhar de forma inteligente e algumas soluções especializadas surgiram. Além da China, buscou-se outras fontes de porcelanatos de grandes formatos com o desenvolvimento de parceiros na Índia e no Vietnã, evitando a sobretaxa da importação. Além disso, porcelanatos esmaltados, os quais não são alvo da ação antidumping, também foram opções trabalhadas na China, embora o país não tenha conseguido ainda se especializar no assunto. Este caminho deu espaço para empresas com capacitação buscarem a melhor solução para manter a viabilidade do negócio, oportunizando as vantagens competitivas provenientes da importação.

Resultados de uma oportunidade bem aproveitada

Indubitavelmente, os benefícios de importar porcelanato são intensos. As possibilidades de produtos são maiores e os valores mais competitivos, o que promove a melhor condição de compra do consumidor final. Essa característica, acima de tudo, permite que as empresas possam trabalhar produtos de baixo custo e também de alto valor agregado. Para isso, claro, precisa de uma empresa que entenda as particularidades e possa dar o resultado esperado, como a UNQ faz. Assim, a empresa estará preparada para atender diferentes tipos de público, os quais, independentemente se procuram custo ou diferenciação, estão cada vez mais exigentes. Na condição de gerenciar isso bem é onde estão os resultados.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Saiba mais sobre o assunto entrando em contato com a UNQ Import Export.

Texto originalmente publicado no Jornal A Tribuna, Criciúma, 07/12/2016.

4 vantagens de realizar comércio com o Mercosul

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 Muito se discute sobre a real importância do Mercosul para os negócios internacionais de empresas brasileiras. O Mercosul é um acordo de integração econômica iniciado em 1991. Atualmente, o bloco é composto pelos chamados Estados Parte e Estados Associados. Os Estados Parte são Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela, e a Bolívia que se encontra em processo de adesão. Os Estados Associados são Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. Os principais objetivos do Mercosul são:

  • Livre circulação de bens, serviços, por meio da redução das barreiras;
  • Harmonia comercial através de uma classificação tarifária padronizada;
  • Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes;
  • Fortalecer continuamente o processo de integração do bloco.

Para se ter uma ideia, estima-se que o comércio dentro do Mercosul se multiplicou por mais de 12 vezes em duas décadas. Mais de 80% das exportações brasileiras para o bloco é composta de produtos industrializados, quebrando o paradigma de que o Brasil é somente exportador de matéria-prima. Nesta coluna, cito 4 vantagens de realizar comércio com o Mercosul:

1 – Redução de impostos na comercialização entre membros do Mercosul

De forma prática, no dia a dia das empresas brasileiras, o maior benefício para nossas empresas que exportam para Estados Parte e Associados do Mercosul, é que os produtos fabricados no Brasil podem entrar nos países parte e nos países associados sem a incidência de um imposto chamado de imposto de importação. O imposto de importação, para se ter uma ideia, pode variar de 2% até 35% em importações formais.

2 – Menores distâncias reduzem o tempo de entrega e o custo de estoque

Como os países do Mercosul possuem proximidade geográfica, as distâncias percorridas no transporte de mercadorias são menores. Assim, o planejamento de reposição de estoque fica mais simples e mais barato, pois o estoque de segurança pode ser menor do que quando se importa da Ásia e Europa, por exemplo.

3 – Desenvolvimento de linhas de financiamento para comércio no Mercosul

Acordos entre bancos de desenvolvimento de Estados Partes e Associados, visam a criação de linhas de crédito específicos para empresas que comercializem produtos dentro do bloco, fortalecendo a integração econômica do mesmo.

4 – Desburocratização e agilidade nos processos de importação e exportação

Busca constante de desburocratização e maior agilidade no comércio internacional entre os países do Mercosul. Um exemplo é um projeto que visa validar as assinaturas digitais nos certificados de origem digitais em transações comerciais entre Estados Parte, simplificando assim seus procedimentos comerciais.

É importante que as empresas conheçam as vantagens inerentes ao comércio exterior e as trabalhem de forma a criar alternativas para expansão comercial, principalmente nestes momentos difíceis de crise.

Para saber mais, entre em contato com a UNQ Import Export e descubra como sua empresa pode se beneficiar do comércio exterior.

Coluna originalmente publicada no Jornal A Tribuna, Criciúma, 30/11/2016

3 motivos para começar a importar

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É fato que hoje a concorrência não é mais regionalizada, simplesmente. Pela crescente capacidade tecnológica e a facilitação na comunicação, as possibilidades de negócios são inúmeras e as empresas têm acesso a quase todo mundo naturalmente. Os produtos internacionais chegam ao Brasil com mais facilidade e os consumidores têm muito mais opções de escolhas na hora da compra. Por isso, é preciso encontrar caminhos para convencer que a melhor alternativa é a sua, transformando as ameaças de um mundo globalizado em oportunidades regionais. Para entender um pouco mais das vantagens, destaco abaixo três principais motivos.

  • Redução de Custos

Abrindo oportunidades para compras internacionais, a empresa multiplica a sua possibilidade de suprimento e o parâmetro é mais completo na hora da decisão. Em alguns casos, a importação direta possibilita uma redução maior de 50% se comparada com a compra nacional. Isso mesmo! O custo de toda a importação, incluindo o produto, frete internacional, impostos e todas as taxas envolvidas, pode gerar uma economia muito importante em um momento econômico onde as vantagens competitivas estão nos detalhes. Não é raro ver empresas economizando R$200mil por mês por estarem à frente neste processo de compras. E mesmo que o ganho seja menor, as vantagens conseguidas em escala certamente farão uma grande diferença na concorrência acirrada. Com custo mais baixo, é possível promover melhores preços, ganhando no giro do produto, ou aumentar a margem na venda, mantendo os preços.

  • Produtos Diferenciados

Sabemos que alguns países são marcados por terem bastante afinidade com certos tipos de mercados. São especialistas em moda, tecnologia, produtos alimentícios, etc e acabam sendo referências no desenvolvimento de produtos dentro do nicho. A aproximação com empresas destes países que criam as tendências nas suas áreas é muito importante para apresentar produtos diferenciados e com antecedência no mercado. Complementar o portfólio com um mix de produtos novos pode ser o diferencial na opção do cliente. Além disso, produtos inovadores nem sempre são mais caros. Há exemplos frequentes de empresas que encontraram produtos diferenciados lá fora com valores compatíveis com o mercado.

  • Informações Atualizadas e Antecipadas

Em mundo assim globalizado, as informações são a base para as melhores decisões. Quanto mais pudermos entender as dinâmicas das compras internacionais, mais preparados estaremos para tomar decisão em um mercado tão volátil. O contato com o mundo de onde se importa permite receber as informações com antecedência. Seja nas tendências, tecnologia, economia, logística e afins, todas as informações darão subsídio para um caminho com menos riscos.

Resultados de uma oportunidade bem aproveitada

As características do mercado atual, com uma velocidade de mudança muito intensa e uma concorrência cada vez mais global e acirrada, demandam um perfil empresarial com a mesma dinâmica. Buscar vantagens competitivas nos detalhes, permitindo que as oportunidades de compra global façam parte do dia a dia da empresa, é pré-requisito para um caminho bem-sucedido. Afinal, o dinheiro se ganha na compra bem-feita.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Coluna originalmente publicada no Jornal A Tribuna, Criciúma, 22/11/2016.

Possíveis impactos da eleição de Donald Trump nos negócios internacionais

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O assunto da semana, senão do ano, foi certamente a vitória inesperada de Donald Trump nas eleições à presidência norte americana. A coluna de hoje analisa possíveis impactos da eleição do novo presidente americano para os negócios internacionais. Trump publicou em seu site de campanha, um documento chamado “Contrato de Donald Trump com o eleitor americano”. No contrato, ele aborda como principais áreas de atuação: acabar com a corrupção em Washington, investir em infraestrutura energética no país, reforçar a segurança do país, reduzir impostos e estabelecer maior conservadorismo comercial para fortalecer a indústria americana. Detalharemos este último tópico, ilustrando 4 ações principais de maior conservadorismo comercial propostas por Donald Trump.

Renegociar termos ou mesmo solicitar a saída do NAFTA

O presidente eleito menciona que irá renegociar termos dentro do NAFTA para tentar melhores condições para os trabalhadores americanos. Caso os termos não sejam aceitos, os Estados Unidos devem deixar o NAFTA, o que certamente terá um grande impacto no México. Tive uma experiência profissional de 3 anos no México e posso afirmar que o NAFTA permitiu a instalação de muitas multinacionais americanas e canadenses, além de estimular o desenvolvimento do México de maneira mais expressiva. A saída americana do NAFTA pode significar fechamento de empresas no mercado mexicano.

Saída do Acordo de Associação Transpacífico

Trump também menciona a saída do Acordo de Associação Transpacífico. Ele alega que o acordo continua acaba favorecendo a entrada de produtos subsidiados de países menos desenvolvidos enquanto as barreiras para produtos americanos continuam.

Pressão contra a manipulação cambial feita pela China

Outro ponto importante é que Trump diz que pressionará a China e a OMC contra a manipulação cambial e subsídios da China que impactem negativamente à economia americana. Trump afirma que a China é responsável pela metade do déficit da balança comercial americana.

Combate a políticas de offshore

Donald Trump aponta que aumentará tarifas sobre empresas que demitam funcionários americanos e encerrem atividades nos Estados Unidos com intuito de realocarem fábricas em países com mão-de-obra mais barata ou impostos menores.

O crescimento da economia americana depende do comércio internacional

Pelas promessas de campanha, podemos assumir que Trump aposta na retomada da indústria americana, buscando independência e soberania econômica. Para isso, ele trabalhará contra políticas e acordos em que os Estados Unidos alavancam o crescimento de outros países, sem uma contrapartida proporcional. Na minha opinião, um país tão grande e com tanto poder produtivo como os Estados Unidos, depende do comércio internacional para alcançar a meta de crescimento de 4%, prometida por Trump. Da mesma forma, o mundo necessita da força econômica americana, de um lado adquirindo seus produtos inovadores, de outro identificando oportunidades de venda no amplo mercado de consumo americano.

Coluna originalmente publicada no jornal A Tribuna, 16/11/2016, Criciúma-SC.