Blog da UNQ

Cultura organizacional em empresas internacionais

Texto originalmente publicado no jornal A Tribuna, 20/9/2016, Criciúma-SC.

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Ao iniciar operações de comércio exterior, organizações deparam-se com um choque cultural, pois os processos no comércio internacional são distintos do comércio nacional, gerando uma necessidade de adaptação, planejamento e automaticamente capacitação da mão-de-obra. Essa mudança comportamental dentro das empresas leva a criação de uma cultura organizacional internacionalizada.

Fatores que impactam no desenvolvimento da cultura organizacional

Alguns aspectos que diferenciam o comércio exterior do comércio doméstico promovem mudanças de postura dos colaboradores e de processos. Dentre alguns fatores importantes podemos citar:

Operações internacionais têm normalmente prazos mais longos: maiores prazos requerem um planejamento de maior longo-prazo e acaba promovendo uma melhoria na gestão estratégica das empresas envolvidas em negócios internacionais.

A gestão do tempo requer estar sempre monitorando o fuso horário internacional: a diferença de fuso horário entre países, faz toda a diferença no dia a dia de empresas que operam com o comércio exterior. Alguns países da Ásia chegam a ter diferença de até 11 horas com relação ao horário de Brasília. Na Europa as diferenças podem chegar a 5 horas. A definição de prioridades nas atividades deve sempre levar em conta a diferença de fuso, evitando perda de tempo nas negociações.

A legislação brasileira difere da legislação no exterior: é fundamental entender a legislação e as normas no exterior e verificar se há necessidade de possíveis adaptações na empresa brasileira. Isto acaba gerando uma dinâmica de monitoramento contínuo das leis e normas internacionais com o intuito de evitar problemas legais e operacionais.

Cada país oferece barreiras e subsídios distintos aos importadores e exportadores: muitas empresas deixam de utilizar subsídios do governo perdendo a oportunidade de se tornarem mais competitivos no mercado global. Em contrapartida, muitas empresas não consideram despesas específicas do comércio exterior e acabam tendo surpresas quando o custo final fica bem maior do que o planejado.

Importante entender que existem diferenças culturais nos diferentes países: a experiência internacional dos colaboradores envolvidos é um grande ativo, pois o tempo no exterior facilita a aceitação das diferenças culturais e quebra a generalização de estereótipos. A vivência internacional é gerada quando os colaboradores têm algum tipo de exposição internacional, seja indo para o exterior ou tendo contato com estrangeiros aqui no Brasil. Por isso, a importância dos intercâmbios culturais no exterior e os estágios de estrangeiros no Brasil.

Cultura de empresas com profissionais bilíngue ou multilíngue: A integração cultural acaba promovendo a capacitação de idiomas estrangeiro, pois o contato com pessoas que falam idiomas diferentes do português, promove o aprendizado de idiomas estrangeiros, essencial para qualquer empresa que busca participar ativamente do mercado internacional.

O Executivo nos Negócios Internacionais

Texto originalmente publicado no Jornal A Tribuna, 14/09/2016, Criciúma-SC. 

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Muito se discute ainda se os efeitos da globalização são positivos ou negativos no mercado brasileiro. Por um lado, os pessimistas dizem que esta aproximação com os países é ruim, pois quando importamos produtos manufaturados reduzimos a necessidade de mão de obra por aqui, causando desemprego. Os otimistas, por outro lado, dizem que é positivo, já que a globalização não gera perda de mão-de-obra, mas sim uma adequação naquela existente. Ou seja, permite a capacitação e o condicionamento dos profissionais locais, o que de fato é uma verdade.

Transformando as ameaças em oportunidades

Mais do que analisar se é positivo ou negativo, é preciso assimilar que a globalização é uma realidade. Não há mais espaço para justificarmos uma falsa mão-de-obra escrava na China pelos preços que não conseguimos alcançar. É preciso transformar as possíveis ameaças da abertura de mercado em oportunidades. Afinal, a facilidade de comunicação e a aproximação comercial entre os países exigem que as empresas coloquem a importação e a exportação no seu planejamento estratégico como alternativa competitiva. Caso contrário, estarão fadadas ao atropelo das empresas com conceitos globais definidos.

Cultura Regional Enraizada

A região sul é bastante caracterizada por famílias conceituadas, de empreendedores natos, que formaram grandes impérios com o seu potencial de desenvolvimento de negócios. Pelo regionalismo presente, não é raro conhecer pessoas de gerações mais velhas questionando sobre o sobrenome, com o objetivo de encontrar alguma familiaridade. Esta cultura é muito interessante, pois torna nossas cidades mais aconchegantes. Porém, analisando pela ótica dos negócios, esse ambiente familiar distancia muitas empresas da profissionalização. É natural encontrarmos uma maior dificuldade, e até uma cautela em demasia na modernização daquilo que deu certo no passado. E talvez esta transformação é que esteja sendo a mais custosa nas empresas da região. A dificuldade de evoluir na cultura organizacional, em um mundo tão dinâmico, gera perdas muitas vezes irreversíveis.

Premiação estimula ideias de energia limpa

Além da cultura de empresas familiares, a região também sofre bastante com o atraso no desenvolvimento logístico. A falta de uma rodovia com condições de escoamento da economia e também de um porto estratégico no sul fazem com que a cultura internacional da região esteja bem atrás da cultura internacional da região norte do estado, por exemplo, o que tira certamente parte da competitividade das nossas indústrias. Se experimentarmos questionar uma criança de dez anos que mora em Blumenau sobre um container, é possível que ela dê detalhes sobre o mesmo, tratando de dimensões e utilidades. Já aqui, se fizermos o mesmo questionamento a uma criança de mesma idade, talvez esta nem saiba o que é um container. Isso, sem dúvida, contextualiza como podemos e precisamos evoluir na cultura internacional ainda.

Resultados de uma Oportunidade bem Aproveitada

O executivo atual, além da particularidade do seu negócio, precisa entender sobre finanças, contabilidade, qualidade, atendimento ao cliente, custos, dentre outras áreas, mas também precisa se dedicar à internacionalização da sua empresa. Nenhum negócio hoje está isolado do mundo. É preciso buscar nas ameaças do mercado globalizado e nas fraquezas da própria empresa, a força e o conhecimento para transformar em resultados as oportunidades eminentes.

O comércio exterior brasileiro após o impeachment

Muitas das ações do governo interino que até o momento estavam à espera dos direcionamentos políticos do país, tornam-se objetivos concretos do governo Temer, após o impeachment da presidente Dilma. É um novo governo com promessas de novas realizações. Cabe a nós brasileiros monitorarmos se as promessas se transformam em ações e cobrarmos caso elas não ocorram.

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Fortalecimento de acordos bilaterais, regionais e multilaterais

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, tem como meta uma maior inserção do país em mercados internacionais, fortalecendo relações comerciais tanto com países ditos desenvolvidos, quanto com países emergentes. Por isso, o MDIC trabalha na conclusão de acordos nos planos bilateral, regional e multilateral fortalecendo o comércio de bens, maior intercâmbio de serviços e padronização de procedimentos técnicos e administrativos.

Priorização no desenvolvimento com alguns países e blocos

Alguns dos países e blocos prioritários para o atual governo são Estados Unidos, México, Chile, Peru, Colômbia e a União Europeia.

Primeiros posicionamentos do Itamaraty após o impeachment

No ministério das Relações Exteriores, as primeiras declarações oficiais do ministro José Serra, foram lamentando as manifestações de incompreensão dos Governos da Bolívia, do Equador, da Venezuela e de Cuba sobre a conclusão do processo de impedimento da ex-Presidente da República. Podemos assumir que estes países dificilmente estejam na lista de prioridades do governo Temer.

Aceleração do Programa Portal Único de Comércio Exterior

O Programa Portal Único de Comércio Exterior é uma iniciativa para a otimização dos processos de importação, exportação e trânsito aduaneiro. O programa baseia-se em três pilares:

 

Integração: visa integrar 22 órgãos de governo com os intervenientes privados do comércio exterior tais como importadores, exportadores, despachantes aduaneiros, transportadores, etc.

Redesenho dos Processos: objetiva otimizar os processos de comércio exterior com a participação de todos os stakeholders do setor.

Tecnologia da Informação: informatizar os processos reformulados visando reduzir tempos de processamento, desburocratizar e reduzir a necessidade de papel nos processos de comércio exterior brasileiro.

Redução dos prazos médios de exportação e importaçãoCom a conclusão do Portal, prevista para 2017, a expectativa é reduzir em 40% os prazos médios de exportação (13 para 8 dias) e importação (17 para 10 dias).

Ganhando dinheiro com as novidades do mundo

*Coluna publicada no Jornal A Tribuna, Criciúma, 31/08/2016.

Esta é uma questão constante na vida daquelas pessoas com a veia empreendedora. Afinal, quem não busca uma ideia inovadora para investir seu dinheiro e ter um retorno satisfatório em pouco tempo? Logicamente, a ideia nunca virá com a certeza, já que a velocidade das mudanças do mundo moderno aflige qualquer candidato ao sucesso empresarial. Há, no entanto, oportunidades que surgem da necessidade humana, como já dizia Maslow na sua teoria de Hierarquia das Necessidades, e que podem ser levadas em consideração no momento de implantar o negócio. A visão das oportunidades e da possiblidade de sucesso da ideia pode ser mensurada a partir do grau de obrigatoriedade de consumo futuro. Ou seja, se a ideia oferecer um produto/serviço que as pessoas precisam consumir, naturalmente a possibilidade do êxito é muito maior.

A Busca de Sustentabilidade

Há muito tempo, tem se discutido o uso dos recursos naturais de modo a não comprometer as gerações futuras. Existe hoje uma preocupação crescente sobre a necessidade de buscar ideias que transformem e façam os recursos se renovarem. O primeiro passo é a conscientização a respeito. O segundo, disponibilizar ferramentas para colocar esta nova consciência em prática. Ou seja, este é um tema que pode ser bastante explorado para as pessoas com ideias latentes, já que tem se transformado em necessidade básica de subsistência.

O que ainda não chegou no Brasil

Em minha última ida à China, passei por uma imersão de tecnologia sustentável. Por já contarem com a experiência empírica no próprio país e sabendo das necessidades e exigências globais, muitas empresas apresentaram diversas opções de energia, principalmente solar, para os mais diferentes fins possíveis na feira de Cantão. Certamente, o uso das energias renováveis no dia a dia do brasileiro, seja no âmbito fabril ou domiciliar, irá acontecer em um futuro mais breve do que se imagina.

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Premiação estimula ideias de energia limpa

Com o objetivo de estimular este desenvolvimento eficiente e sustentável, a EDP Open Innovation irá premiar com 50 mil euros as principais ideias que envolvam produção eólica, produção solar, armazenamento de energia, entre outras. Além desta, outras iniciativas no mundo têm surgido para estimular a conscientização e o desenvolvimento de ferramentas neste sentido, mostrando que é uma necessidade básica sendo criada com oportunidades de negócios intrínsecas.

Resultados de uma Oportunidade bem Aproveitada

A receita do sucesso empresarial não está escrita. Certamente é a mistura de uma boa ideia com grande dose de empreendedorismo e salpicadas de muitas outras características. No Brasil, ainda é preciso criatividade em excesso e alguma pitada de sorte. No entanto, é importante olhar o mundo dos negócios com perspicácia e antecipar as necessidades dos potenciais consumidores globais e regionais. O gosto do sucesso será ainda melhor se, além de gerar uma boa rentabilidade, oferecer soluções para as pessoas de hoje e das próximas gerações.