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Importação Estratégica

Importação Estratégica

                Em períodos de instabilidade econômica e política, é fundamental que as empresas conheçam bem os obstáculos a serem enfrentados para que possam supera-los obtendo sucesso nas operações de comércio exterior. A importação deve ser tratada como uma atividade estratégica da empresa e não somente operacional. Todos os setores devem estar envolvidos no projeto de desenvolvimento de um programa de importação.

O setor de marketing deve analisar os requisitos dos produtos e pesquisar o mercado para que se possa comparar se o preço dos importados chegarão ao Brasil com a qualidade exigida pelo mercado e com custo competitivo.

O departamento de suprimentos e importação devem negociar as melhores condições comerciais e logísticas buscando realizar uma boa negociação internacional com o exportador.

A área financeira, deve planejar o fluxo de caixa para que haja disponibilidade financeira para cumprir com os pagamentos necessários na importação.

O setor de almoxarifado deverá estar alimentando constantemente a situação de estoque, garantindo que a compra de reposição de estoque seja feita no tempo certo, evitando o desabastecimento de produtos.

A diretoria deve dar todo o suporte ao programa de importação, evitando resistências internas e estimulando os profissionais para que a estratégia seja fortalecida nos momentos instáveis.

Trabalhando de forma integrada, as empresas conseguirão além de dar agilidade em seus processos de aquisição internacional, evitarão desperdícios de tempo, de recursos humanos e de recursos financeiros.

Exportação… Só se for agora!

Amigos leitores, hoje discutiremos um pouco sobre o tema exportação. No último mês, tenho recebido muitas ligações de empresas dizendo que querem começar a exportar, pois com o aumento do dólar, este é o momento certo. Dizem ainda, que não podem perder tempo e precisam começar já. Este é o pensamento natural de todo empresário que, com a concorrência acirrada de mercado, busca aumentar sua lucratividade. A exportação, com certeza, é uma ótima ferramenta para se maximizar resultados nas empresas. Afinal, o mercado pode se ampliar exponencialmente quando começamos a vender internacionalmente. O que muitas vezes esquecemos é que, hoje, a valorização do dólar, certamente propicia um bom momento para executar os projetos de exportação, mas para se obter sucesso nas exportações é preciso realizar previamente um bom planejamento.

Planejamento de Exportação
Estatísticas demonstram que, em média, empresas precisam de pelo menos um ano para desenvolver um bom planejamento de exportação. Isto significa que as empresas que buscam hoje executar suas exportações, já deveriam ter começado a desenvolver um projeto no início de 2014. Se analisarmos o dólar no início de 2014, ele estava cotado em média a 2,39 – um patamar para muitos não atrativo para exportação. Entretanto, o que devemos entender é que para se executar uma boa estratégia, é preciso ter visão de futuro, é preciso entender que um bom programa de exportação deve ser feito de forma contínua e não somente quando o câmbio estiver favorável, é preciso buscar competitividade e diferenciação sempre e não em situações econômicas específicas. Imaginem se um empreendedor optasse por abrir uma empresa no Brasil somente se os impostos fossem reduzidos, se os juros diminuíssem ou se os encargos trabalhistas fossem minimizados? Penso que não teríamos empresas privadas no país.

Como iniciar um programa de exportação?
O primeiro passo para se iniciar um programa sólido de exportação, é buscar o suporte de empresas especializadas em comércio exterior. Estas poderão auxiliar os empresários a desenvolver o planejamento e a execução das principais etapas do projeto, tais como, diagnóstico inicial, desenvolvimento do material de divulgação em diferentes idiomas e adequados à cultura do país alvo, análise de legislação para adaptação do produto para exportação, pesquisa de compradores internacionais, segmentação de mercado internacional, formação de preço de exportação, análise de barreiras no exterior, gestão de comercial, etc.

Incentivos diretos e indiretos
As empresas exportadoras brasileiras são vistas com bons olhos pelo nosso governo pois divulgam a marca “Brasil” no exterior e auxiliam no desenvolvimento do país gerando emprego e renda. Desta forma, incentivos diretos e indiretos são concedidos aos exportadores brasileiros. Os incentivos diretos ocorrem através de isenção de alguns impostos, linhas de financiamento exclusivas para exportação, subsídios para participação em feiras internacionais e missões empresariais no exterior. Os incentivos indiretos são fornecidos através de capacitação subsidiada por órgãos como Sebrae e APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a disponibilização de relatórios estatísticos sobre os mercados internacionais.

Comece agora mesmo a planejar suas exportações.

O que são os BRICS?

Enquanto por aqui São Paulo curtia o seu feriado no dia 9 de julho, na Rússia, a presidente Dilma participava da sessão plenária da VII cúpula dos BRICS. A cúpula dos BRICS é formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que na junção das primeiras letras formam a palavra BRICS (neste caso, é considerado o S de South Africa para a África do Sul). A formação considera os países ditos emergentes, aqueles em desenvolvimento, o que leva à analogia da palavra em inglês “bricks”, que significa tijolos. Ou seja, o local onde os países em construção se unem para trabalhar as suas necessidades de forma conjunta. Vendo por esta ideia, é até bonito de ver.

BEICS

Um dos principais resultados desta sessão especial foi a assinatura para a criação de um banco da cúpula, o qual une o BNDES com os bancos de todos os países participantes. A ideia deste banco cooperado é explorar possibilidades na mobilização de recursos para financiamento e estruturação de projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável, apoiando o crescimento dos países membros, o que parece bem interessante se feito com inteligência.

Em discurso para os participantes da sessão especial dos BRICS, a presidente apresentou suas últimas ações no país com o objetivo de passar mais credibilidade ao mundo. Concomitante e paradoxal a este discurso otimista, o FMI reduzia a expectativa de crescimento do Brasil para – 1,5%. Ou seja, um encolhimento de 1,5% da economia brasileira até o final do ano.

Você, caro leitor, já deve ter recebido na sua casa um vendedor de telefonia celular sem sinal ou um religioso que quer convencer de uma crença diferente da sua. É a mesma coisa que a presidente tem feito em suas manifestações. São na prática ações governamentais em detrimento do bem estar das empresas e dos cidadãos, sem resultados e nem expectativas, conflitando com uma conivência do excesso de gastos públicos desnecessários, à espera de que todos acreditem e apoiem. Eu não volto à loja que me vende mercadoria com problema. E você?

Para ouvir o comentário acesse o link http://www.difusora910.com.br/player-podcast/podcasts/T3BpbmnjbyAtIE1hcmNlbG8gUmF1cHA=/d5e5cc8c3a88cda8400619cb7758b850.mp3

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

As grandes oportunidades estão na crise

Ontem, ouvi uma entrevista que me comoveu. Um empresário apresentava o desespero pelas dificuldades que enfrentava e, principalmente, ilustrava empiricamente a situação de centenas de empresários na mesma situação. O aumento dos tributos no momento em que ampliava o parque fabril acabou com a expectativa de dobrar o faturamento, que caiu pela metade. A falta de amparo do governo, que não perdoa na cobrança dos tributos, faz aquele homem sofrer o risco da perda de tudo o que construiu.

Uma das afirmações, no entanto, me chamou bastante a atenção: a entrada dos produtos chineses. É fácil entender a dificuldade de competir com produtos mais baratos e, muitas vezes, de melhor qualidade. Entretanto, não podemos colocar mais a globalização como problema, ela é um a realidade sem volta. Não é possível mais fugir da concorrência globalizada. É preciso, sim, encontrar as oportunidades de um mundo que vende e compra de qualquer lugar.

Crise em Chinês

Começar a entender aonde o produto pode chegar e quais produtos podem suprir com melhor condição através da participação de feiras é um passo importante. Hoje, os primeiros contatos com potenciais clientes e fornecedores internacionais podem ser feitos ainda no Brasil, já que as empresas globalizadas têm vindo pra cá. As feiras são grandes fontes de oportunidades. Participar de eventos realizados fora do país, acompanhados de uma empresa especializada, é também uma outra oportunidade com resultados mais rápidos.

Claro que, participando ou não de feiras, as crises continuarão a existir. A diferença estará na forma de lidar com elas. Encontrar culpados para as dificuldades é a parte fácil da situação. Podemos listar 4 ou 5 sem pensar muito, estejam eles fora ou dentro do país. O mais difícil, neste contexto de crise, é sem dúvida buscar, encontrar e trabalhar as alternativas para sair dela.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

União Europeia: Para entender quando falarem grego

Neste domingo, 5, os cidadãos gregos decidiram através de referendo que não aceitariam a proposta feita pelos credores da dívida grega. As negociações voltam à tona hoje para chegar a uma decisão equilibrada. Por um lado, os gregos querem fazer o pagamento sem comprometer a totalidade das reservas do país. Por outro lado, o FMI quer receber suas contas de uma forma justa sem prejudicar as conquistas da União Europeia como bloco econômico.

Para chegar ao estágio de desenvolvimento ao qual a União Europeia chegou, um bloco econômico precisa passar por algumas fases e muitas negociações dentro delas. As duas primeiras fases são a 1) zona de preferência tarifaria e a 2) zona de livre comércio, que se referem as reduções das tarifas alfandegárias entre os países que fazem parte. A terceira fase é a 3) União Aduaneira, onde, além de uma zona de livre comercio, existe a mesma tarifação para produtos provenientes de países não membros. Este é o caso do Mercosul, por exemplo.

As duas fases seguintes são o 4) Mercado Comum e a 5) União Política e Monetária que contam com um avançado nível de integração econômica, indo muito além de um acordo comercial. É o caso da União Europeia, que está entre estas duas fases. É um mercado comum, pois envolve a livre circulação de produtos, pessoas, bens, capital e trabalho e conta com uma moeda única, o Euro.

Por isso, a possível saída da Grécia da Zona do Euro não preocupa tanto pela questão econômica, já que a Grécia representa apenas 2% do total dos 28 países. Entretanto, traz inerente as preocupações com o avanço do bloco, já que evidencia as diferenças entre os países membros e compromete todas as fases já passadas.

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Sabemos que toda negociação é um conflito de interesses. Um lado quer vender melhor e o outro comprar melhor. A negociação só é bem sucedida quando o mínimo dos anseios das duas partes é atendido. Este é o desafio. Para o caso da União Europeia, quando vemos tantos países, muitos interesses e diversas particularidades envolvidas, retroceder em tanta conquista durante o avanço do bloco econômico seria uma perda e tanto no caso de uma saída da Grécia. Por isso, as negociações devem avançar bastante até que uma decisão radical seja tomada.

Para ouvir o comentário, acesse o link: http://www.difusora910.com.br/player-podcast/podcasts/T3BpbmnjbyAtIE1hcmNlbG8gUmF1cHA=/bfb57c929a38b7892640117c5872e4c9.mp3

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br