Blog da UNQ

Os números para convencer a presidente

Ontem, falamos sobre os resultados da Balança Comercial apresentados na semana passada e que vieram aquém do esperado nas exportações, já que todas as expectativas estavam baseadas em um patamar mais alto da moeda americana.

Com relação às importações catarinenses, estas também reduziram se comparadas com o mesmo período do ano passado. Enquanto as exportações caíram em 10,98%, as importações reduziram 12,26%. No acumulado dos meses nos anos, as exportações reduziram 8,58% e as importações 5,15%. Ou seja, há praticamente um equilíbrio nas reduções das exportações e importações de 2014 para 2015, o que não altera a característica da balança comercial, a qual se mantém negativa.

Se nas exportações em SC não houve um aumento de valores, que era esperado pela alta do dólar, nas importações por aqui a redução esperada pelo mesmo motivo aconteceu em abril. Como o aumento considerável da moeda americana aconteceu em fevereiro, pelo tempo de negociação e trâmite logístico internacional, é normal que os resultados de redução nas importações aconteçam agora. De março para abril, as importações caíram 15,45%.

Um dado bem interessante é que, mesmo com esta redução apresentada, as importações de SC provenientes da China aumentaram quase 10%. Origens como Argentina, Estados Unidos, Chile, Alemanha e Índia compensaram com quedas significativas.

Com isso, abril fecha os quatro primeiros meses em SC com um saldo negativo na balança comercial em aproximadamente R$2 bilhões. Percebe-se, no estado e no país, uma redução tanto nas exportações como nas importações, ilustrando assim uma diminuição de negócios gerados, um momento de mais cautela nas empresas e uma economia com mais dificuldades do que a do ano passado. Informações que talvez mudem a visão da presidente sobre a atualidade.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

As Exportações Catarinenses nos Primeiros Meses

Na última semana, com um novo valor para a moeda americana, vimos os dados da Balança Comercial Brasileira e Catarinense sem os resultados que o Governo esperava. A expectativa era que as exportações tivessem maiores incrementos pela alta do dólar, mas não foi isso que aconteceu.

As exportações catarinenses, se comparadas com o mesmo período do ano passado, tiveram uma redução de 10,98%. Se compararmos o acumulado desde o começo do ano, a queda é de 8,58%. No mesmo período do ano passado, o dólar oscilava em torno de R$2,20. Enquanto agora vemos variar nos R$3,00. Por isso, a frustração com relação aos resultados obtidos.

Os principais produtos exportados por SC foram frango e soja, que tiveram uma queda de 13% e 18%, respectivamente. A redução nos valores de soja exportada é explicada pela queda dos preços da commodity em dólares na bolsa. Com relação ao frango, a queda de demanda internacional em 2015 refletiu os valores menores. Por isso, mesmo com um dólar alto, as exportações catarinenses não tiveram o desempenho esperado.

Dois aspectos positivos podem ser tirados dessa análise. A primeira é que, mesmo com a redução comparativa do mesmo período do ano passado, percebemos um aumento expressivo do mês passado para cá, 16% de aumento nas exportações catarinenses. O segundo aspecto positivo é que as variações percentuais catarinenses estiveram bem acima da média brasileira, que teve um resultado bem abaixo do que o esperado.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

É possível exportar para a China?

Quando se fala em China, pensamos imediatamente nos produtos que podemos encontrar lá para importar. A condição de produção, a disciplina chinesa e a própria condição desvalorizada da moeda nos levam a pensar na China como fonte de suprimento.

Entretanto, se pensarmos pelo outro lado, também podemos encontrar um mercado consumidor cheio de anseios por produtos brasileiros. Afinal, é um mercado com 1,4 bilhões de pessoas se abrindo para a cultura ocidental, cheio de curiosidades sobre novos produtos.

Nesta linha de pensamento, uma grife mineira tem apostado na exportação de biquínis brasileiros diferenciados. Como este produto traz todo o requinte natural da sensualidade da mulher brasileira, além dos mercados europeus e americanos, a marca tem exportado para a China, que atualmente consome 8% da sua produção total.

Buscar ideias assim, com o carimbo do que temos de sucesso por aqui, pode ser uma grande passo para o mundo dos negócios. O importante, nestes casos, é criar parcerias locais e certificar que o produto não será copiado e produzido lá sem o devido glamour oferecido.

Um outro exemplo, é de uma grife mineira de lingerie, a qual tem buscado diferenciar seus produtos para alcançar também o mercado exterior, colocando GPS e diamantes em sutiãs e calcinhas. Além das joias, que elevam o produto em alguns casos a R$100 mil, o GPS dá uma segurança maior sobre a localização da lingerie e principalmente da mulher que estará usando. Uma tranquilidade global para o maridão.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

A Realidade do Câmbio Chinês

O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, sendo cotado a R$3,047 no final do dia. Os panoramas globais e a insegurança sobre o Brasil continuam sendo o motivo dessa oscilação descontrolada. A Grécia fez o pagamento de 200 milhões de euros ao FMI, mas a desconfiança sobre a cumprimento de todas as obrigações continuam, o que pode ser mais um fator para esta oscilação cambial durante a próxima semana.

Na China, no entanto, uma política firme de manter o câmbio favorável à exportação faz com que o Governo não permita essas influências globais no valor da moeda e mantenha o câmbio praticamente fixo. Hoje, USD1,00 vale RMB6,00 (Renminbi ou Yuan), a moeda chinesa. Esta desvalorização permite que os produtos chineses se mantenham baratos para exportação, um dos grandes pilares do crescimento econômico daquele país.

De um lado, vimos o governo americano pressionando para que o Governo Chinês permita que sua moeda acompanhe o mercado global. Pelo outro lado, vemos o Governo Chinês atuando para manter a desvalorização da moeda, estimulando o crescimento através da exportação.

Ontem, o The Wall Street Journal trouxe a informação que o FMI está prestes a declarar que o Yuan chinês tem atualmente um valor justo de mercado, buscando claramente uma aproximação com a China. Um balde d’água fria nas expectativas do Tio Sam que não deve deixar por menos esta manifestação. Vamos acompanhar os próximos capítulos desta novela que deve ter uma tradução imediata por aqui.

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Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

Os Investimentos Brasileiros Obscuros no Porto de Cuba

Atualmente, Santa Catarina conta com 5 portos: Imbituba, Itajaí, Navegantes, São Francisco e Itapoá. Se compararmos com o mundo e as necessidades globais, estamos muito defasados. Não em termos de quantidade de portos, mas de infraestrutura disponível. Entre tantas necessidades, é fácil destacar a infraestrutura 1) de acesso aos portos e uma condição favorável no tráfego rodoviário, 2) de espaço em armazenagem e retroarea, 3) de profundidade dos canais e espaço na baía de evolução para possibilitar a atracação de navios maiores e 4) de equipamentos de movimentação para agilizar as operações. Todos estes aspectos geram, entre outras coisas, a redução de custo para as empresas brasileiras.

Nos últimos anos, no entanto, vimos o Brasil investir no exterior em muitas causas. Dentre elas, a que mais chamou atenção foi o Porto de Mariel, em Cuba. Através de um contrato sigiloso no BNDES, foram investidos aproximadamente USD1 bilhão em infraestrutura naquele porto. Para se ter uma ideia da condição logística, o Porto de Mariel, construído com a ajuda de investimentos brasileiros, tem um potencial de movimentação de 9.000 containers por dia. Neste ano, Itajaí movimentou a média de 2.600 containers/dia, uma condição 3 vezes menor do que o Porto Cubano.

Claro que os questionamentos na aplicação dos recursos em Cuba, quando por aqui temos imensas necessidades de infraestrutura, são incalculáveis. O mais novo questionamento, no entanto, é do Ministério Público Federal que abriu uma investigação preliminar para entender a participação do ex-presidente Lula neste processo de investimento no Porto Cubano.

Se na condição legal já tínhamos muitos questionamentos sobre o porquê da falta de investimento nos nossos Portos e a aplicação de recursos em porto estrangeiro, na condição ilegal, estes questionamentos são ainda maiores. E mais uma vez, esbarramos nos critérios de decisão e interesses da nossa administração pública.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br