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Importação de Carros para Uso Pessoal

Muita gente me pergunta sobre a importação de carros e o mundo dos negócios traz seus riscos e oportunidades. Afinal de contas, é possível comprar carro do exterior? A importação de carros para uso pessoal é possível, sim, mas alguns critérios devem ser seguidos para a compra não esbarrar no excesso de burocracia brasileira e gerar perdas de dinheiro.

Primeiramente, é necessária a habilitação no sistema de comércio exterior da Receita Federal, a qual avalia a condição de compra comparando com a declaração de renda. Ou seja, com os dados de renda, a Receita verifica e habilita ou não a pessoa para a compra, conforme sua condição financeira. Tendo essa habilitação concedida, é importante verificar se o veículo está adequado para transitar no país através de consulta no Denatran.

Com o carro adequado e negociado no exterior, é necessário passar por outro processo burocrático, que é a solicitação da Licença de Importação (LI), a qual só é deferida se o modelo em questão não é produzido no Brasil. Se o carro for produzido no Brasil, não é possível importá-lo. Dependendo do tipo de carro, outras licenças podem ser necessárias como IBAMA, para verificar que o carro atende às legislações ambientais, Exército, para blindados, ANVISA, para carros com medicamentos, e Ministério da Agricultura, para tratores.

Tendo a licença e todos os aspectos burocráticos cumpridos, basta tratar dos aspectos logísticos e aduaneiros, que consistem na reserva de espaço no navio, transferência do carro até o Porto de origem, emissão de documentos, adequação no navio, transporte internacional, recebimento no Porto de destino, registro da importação, pagamento de impostos e a liberação junto à Receita Federal.

Porto de Rio Grande

Embora haja jurisprudência sobre o não pagamento do IPI na importação de automóveis para uso pessoal, a carga tributária ainda assim é bastante elevada e o processo bem oneroso. Se você é uma pessoa que deseja um carro importado, procure um especialista e esteja ciente de todas essas particularidades. É a oportunidade de aproveitar um carro praticamente exclusivo.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Um Câmbio na Balança Comercial

O encerramento do mês de março trouxe novidades na balança comercial brasileira. Com as mudanças geradas no panorama cambial, causadas pelo aumento do dólar, a balança comercial registrou superávit pela primeira vez no ano. Ou seja, os valores exportados foram maiores do que aqueles gerados com as importações, ensejando um saldo positivo de 458 milhões nas negociações internacionais entre o Brasil e o mundo.

Logicamente, a redução das importações foi gerada pelos negócios de curto prazo, já que, em um mês, não é possível considerar as mudanças cambiais nos resultados para negócios que demoram mais, principalmente aqueles com maior distância. Ou seja, a tendência é que os números reduzam ainda mais com o tempo.

As exportações também caíram, se considerarmos o mesmo período do ano anterior. Entretanto a retração foi menor do que nas importações. Essa redução de valores nas exportações foi consequência principalmente da redução dos preços dos commodities nas bolsas como café e soja e que geraram menor liquidez nestes negócios com o exterior.

As perspectivas são de melhoria de desempenho das exportações nos próximos meses, aumentando este saldo da balança comercial. O fortalecimento da moeda americana gera esta possibilidade já que os preços dos produtos brasileiros ficam mais baratos e geram maior liquidez para as empresas. Todas essas mudanças geram consequências diretas imediatas aos cidadãos, já que maiores exportações e menores importações afetam diretamente a inflação, ensejando maiores preços generalizados.

Por ora era isso. Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

Vale um Chá Chinês

Mesmo que a impressão do final do mês tenha sido de queda, afinal o dólar fechou o dia ontem a R$3,19, a realidade mostra um aumento de 11,7% no acumulado do mês, o maior desde setembro de 2011. Além da valorização mundial da moeda americana, alguns fatores internos têm influenciado nesse panorama cambial.

As tentativas de viabilizar as medidas de corte de gastos públicos, o aumento de alguns tributos e o fim de cortes de outros tributos buscam formas de recuperar a economia e é o que têm sido chamado de ajuste fiscal. Os desentendimentos entre o governo e os parlamentares para chegar a um entendimento sobre este tema, dentro dessa crise política, é o que tem feito o câmbio oscilar também, efeito da interpretação do mercado sobre os acontecimentos.

Quando o mercado entende que os acordos de ajuste estão mais distantes e o risco de investir no Brasil é maior, o dólar aumenta. Quando as expectativas são de aproximação, como aconteceu ontem com a participação do ministro da fazenda, Joaquim Levy, em audiência no Senado, o dólar recua. Isso reduz um pouco a insegurança do mercado e afeta positivamente.

Hoje, teremos o primeiro dia sem as intervenções do Banco Central no mercado, que vem acontecendo desde 2013. Durante este tempo, foram negociados contratos em dólar no mercado futuro com o objetivo de aumentar a oferta e controlar o aumento da moeda americana. A expectativa, por isso, é que o dólar durante o mês alcance seu patamar real diante do nosso real. Eu aposto um chá chinês neste aumento!

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

 

Planejamento logístico pra quê?

O problema de demanda interna, o qual temos falado bastante, tem trazido problemas também às perspectivas de desenvolvimento logístico, já que a desconfiança de consumo afasta as empreiteiras do interesse de investir em infraestrutura por não terem o retorno de investimento garantido. E o governo, com dificuldades de implantar o ajuste fiscal, não está disposto a comprometer bilhões de reais para garantir um plano eficaz de melhorias.

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Em termos práticos, as empresas brasileiras perdem em alguns aspectos com a deficiência logística. Cada tipo de transporte apresenta uma condição melhor dependendo do tipo de produto, o tempo que precisa levar, a segurança em termos de roubos e quebras e o custo o qual o mesmo proporciona. O transporte marítimo, por exemplo, ao mesmo tempo que é o mais barato é o mais lento. E cada tipo de transporte tem suas características neste sentido.

Quando as empresas podem escolher o modelo mais adequado, elas podem usar a logística de forma estratégica, ganhando competitividade. Se não há opções, as empresas precisam se adequar ao modal disponível, perdendo em competitividade na concorrência global. É o que acontece no Brasil com a dependência no transporte rodoviário.

Mesmo com as condições naturais propícias, o país sofre com a falta de planejamento logístico, inibe o crescimento e impõe mais um desafio ao empresário brasileiro na busca por sustentabilidade de mercado.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

Dilma no País das Maravilhas

Há menos de um mês, a presidente Dilma fazia um pronunciamento em rede nacional tentando amenizar as reações de descontentamento e a falta de credibilidade sobre o seu governo. Dentre outras coisas, disse que o Brasil não passava por grandes problemas econômicos e que a crise internacional era responsável pelas circunstâncias, tomando como exemplo a economia dos Estados Unidos.

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O tempo, no entanto, vem desmentindo a presidente e, na sexta feira, dois anúncios ratificaram isso. O primeiro foi a apresentação do IBGE sobre crescimento de apenas 0,1% da economia brasileira em 2014 (a previsão do mercado para 2015 é de -1,0%) e a confirmação pelo ministro da fazenda, Joaquim Levy, de que não foi surpresa essa significativa desaceleração.

O segundo foram os novos sinais de força da economia americana. O setor de serviço expandiu em março ao ritmo mais acelerado desde setembro e pesquisas preliminares também mostram recuperação na atividade das fábricas. Ou seja, há problemas na economia brasileira, sim, que não podem ser justificados na economia americana, diferente do que a presidente argumentou.

Essas informações, contraditórias àquelas da presidente, afetam em aspectos diretos na economia brasileira e a valorização do dólar diante a moeda brasileira é inexorável. E o principal de tudo isso é a dificuldade generalizada de resgatar a confiança de uma líder de governo que parece estar alheia à realidade do mundo dos negócios ou simplesmente subestima a inteligência e a capacidade de discernimento de nós brasileiros.

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br