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Pouca Soja e Muito Câmbio

Com este dólar mais alto, alguns mercados têm demonstrado características interessantes. Para Santa Catarina, a soja é um produto importante e tem ganhado nas exportações com este aumento. Em reais, a soja superou produtos como motores e tabacos, ficando atrás apenas do frango nas exportações de Santa Catarina em 2015 com mais de USD227 milhões (até abril).

Mesmo com um preço internacional em queda, o aumento do dólar tem compensado e elevado os resultados das exportações. Desde 2012, o preço da soja na bolsa caiu quase 50%. Na outra ponta, o dólar valorizou mais de 60% no mesmo período. Ou seja, o produtor não tem vendido bem a soja, mas tem vendido bem o câmbio. Em geral, estima-se a perda de R$10,00/saca com a queda do preço e o ganho R$20,00/saca pela alta do dólar, o que faz a arrecadação da commodity ter valores representativos nos negócios do estado. No Brasil, para se ter uma ideia, 2015 é o ano que menos se vendeu em dólares. Entretanto, é o ano que mais se arrecadou em reais desde 2011. Resultados da queda do preço da soja e do aumento do dólar.

Soja

Um fator negativo, que é pauta periódica, é o problema logístico que tira a competitividade do exportador de soja brasileiro. Conforme a Confederação Nacional de Transportes (CNT), são necessários R$195 bilhões em 250 projetos para que haja uma adequação eficaz em todos os modais. Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa o 122º lugar em rodovias, que o nosso principal meio de transporte. A CNT ainda afirma que há uma perda anual de quatro milhões de toneladas de soja pela má qualidade do pavimento das rodovias.  Aqueles grãozinhos que caem no parabrisa do seu carro, caro leitor, representam parte desta perda. E, nesse caso, é de grão em grão, que a galinha tem esvaziado o papo.

Por era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

O autor

Marcelo Raupp

Marcelo Raupp

Negócios na Ásia

Sócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.

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