Projeções cambiais são como a loteria esportiva
Contrariando as expectativas, na sexta-feira, o governo americano anunciou dados mais fracos sobre o número de empregos gerados durante o ano. Essa informação foi recebida de forma muito negativa pelo mercado, motivando uma reação especulativa sobre a postergação do aumento dos juros locais, desvalorizando assim a moeda americana. Por isso, devido ao feriado de Páscoa, nesta segunda-feira, o dólar recuou, fechando em R$3,12, depois de ser cotado a R$3,08 durante o dia.
As projeções de alguns economistas consultados pelo Banco Central aumentam o dólar para o final do ano, apostando num patamar de R$3,25. O valor da consulta anterior era de R$3,20. Claro que temos motivos para crer na incapacidade do governo de gerenciar a crise política e o ajuste fiscal, e isso produz uma expectativa de desvalorização do real.
O problema de trabalhar com previsões, no entanto, é que a dinâmica mundial pode traçar surpresas a cada momento. Cada passo dado e cada informação recebida influenciam nas cotações das moedas, tanto pela transferência de investimentos como pelo alto poder especulativo. Fazendo uma analogia com a loteria esportiva, as projeções cambiais acabam sendo como apostas nos times favoritos, quando o risco de alguma zebra acontecer é muito significativo.
A possibilidade de acerto nestas projeções é a mesma que a da loteria, já que nem tudo acontece como esperado. É, além de tudo, irresponsável prever uma taxa cambial assim, já que muitas empresas se apoiam nesta expectativa para tomarem suas decisões. As próprias projeções vem mudando com muita frequência. É como jogar na loteria e alterar o palpite ao longo da partida.
Por isso, quando uma empresa pretende entrar para o mundo dos negócios, precisa contar com um planejamento bem detalhado e com a participação de uma empresa especializada para fazer os planos acontecerem e se adequarem à dinâmica do mercado.
Por ora era isso! Na Zdrowie!
Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br
O autor
Marcelo Raupp
Negócios na ÁsiaSócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.