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União Europeia: Para entender quando falarem grego

Neste domingo, 5, os cidadãos gregos decidiram através de referendo que não aceitariam a proposta feita pelos credores da dívida grega. As negociações voltam à tona hoje para chegar a uma decisão equilibrada. Por um lado, os gregos querem fazer o pagamento sem comprometer a totalidade das reservas do país. Por outro lado, o FMI quer receber suas contas de uma forma justa sem prejudicar as conquistas da União Europeia como bloco econômico.

Para chegar ao estágio de desenvolvimento ao qual a União Europeia chegou, um bloco econômico precisa passar por algumas fases e muitas negociações dentro delas. As duas primeiras fases são a 1) zona de preferência tarifaria e a 2) zona de livre comércio, que se referem as reduções das tarifas alfandegárias entre os países que fazem parte. A terceira fase é a 3) União Aduaneira, onde, além de uma zona de livre comercio, existe a mesma tarifação para produtos provenientes de países não membros. Este é o caso do Mercosul, por exemplo.

As duas fases seguintes são o 4) Mercado Comum e a 5) União Política e Monetária que contam com um avançado nível de integração econômica, indo muito além de um acordo comercial. É o caso da União Europeia, que está entre estas duas fases. É um mercado comum, pois envolve a livre circulação de produtos, pessoas, bens, capital e trabalho e conta com uma moeda única, o Euro.

Por isso, a possível saída da Grécia da Zona do Euro não preocupa tanto pela questão econômica, já que a Grécia representa apenas 2% do total dos 28 países. Entretanto, traz inerente as preocupações com o avanço do bloco, já que evidencia as diferenças entre os países membros e compromete todas as fases já passadas.

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Sabemos que toda negociação é um conflito de interesses. Um lado quer vender melhor e o outro comprar melhor. A negociação só é bem sucedida quando o mínimo dos anseios das duas partes é atendido. Este é o desafio. Para o caso da União Europeia, quando vemos tantos países, muitos interesses e diversas particularidades envolvidas, retroceder em tanta conquista durante o avanço do bloco econômico seria uma perda e tanto no caso de uma saída da Grécia. Por isso, as negociações devem avançar bastante até que uma decisão radical seja tomada.

Para ouvir o comentário, acesse o link: http://www.difusora910.com.br/player-podcast/podcasts/T3BpbmnjbyAtIE1hcmNlbG8gUmF1cHA=/bfb57c929a38b7892640117c5872e4c9.mp3

Por ora era isso! Na Zdrowie!

Marcelo Raupp
marcelo.raupp@unq.com.br

O autor

Marcelo Raupp

Marcelo Raupp

Negócios na Ásia

Sócio-diretor da UNQ Import Export. Administrador de empresas formado pela ESAG-UDESC e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais (FGV, Brasil). Especialista em International Business (Holmes Institute, Austrália). Experiência de mais de 15 anos na área de comércio exterior. Amplo conhecimento dos potenciais da indústria chinesa e da cultura do país asiático, com mais de dez visitas de longos períodos à Asia para a realização de negócios internacionais nos mais diversos setores. Consultor empresarial em negócios internacionais desde 2009 e grande incentivador das oportunidades internacionais no país.

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